USP desenvolve sistema contra enchentes e poluição
O Instituto de Ciências Matemáticas e Computação (ICMC) da Universidade de São Paulo (USP) desenvolveu o sistema de monitoramento e- NOE que detecta enchentes e também o nível de poluição rios e córregos através de uma rede de sensores sem fio, permitindo que a população e outros órgãos públicos sejam avisados sobre eventuais riscos. O professor e coordenador do projeto, Jó Ueyama, resolveu aproveitar o sistema que conheceu na Inglaterra, adequando-o as características do Brasil.
Após uma reengenharia no protótipo diminui o consumo de energia e aumentou o alcance da frequência de dados para1,5 km. A transmissão passa vários pontos instalados ao longo do rio monitorando em tempo real e enviando dados ao servidor a cada cinco minutos. O equipamento é menor que uma caixa de fósforos, e custa cerca de R$ 400.
O sistema funciona através de dois sensores, o primeiro mede a pressão da água que detecta se há aumento no volume do rio e chances de enchentes em pontos de risco. O outro sensor mede a condutividade elétrica e verifica o nível de poluição da água. È uma regra simples, quanto maior a poluição maior a condutividade, quanto menor a poluição, menor a condutividade.
O Departamento de Águas e Energia Elétrica do Estado de São Paulo (DAEE) autorizou em maio a instalação de dois equipamentos com o sistema no córrego Monjolinho. Um ponto está na Avenida Trabalhador São-carlense, próximo ao campus da USP, e o outro perto da rotatória do Shopping Iguatemi.
O Departamento de Hidrologia da Escola de Engenharia da USP mapeou as áreas de risco na cidade e o professor do ICMC, João Porto de Albuquerque, estuda a captação de dados que resultará no sistema de apoio à decisão, isto é, a análise de dados coletados nos rios com outros dados geográficos que identifiquem e avisem os riscos da área.
A proposta é criar um software que envie mensagens para telefones celulares de moradores cadastrados e a Defesa Civil da cidade. Também a possibilidade para qualquer internauta acessar esses dados usando a interface do Google Maps com ajuda do GPS crie rotas alternativas aos motoristas em caso de enchentes.
“Com isso esperamos que os transtornos e prejuízos causados pelas chuvasem São Carlosnão se repitam, ou que ao menos possamos avisar a população e comerciantes para que se previnam antes que a enchente ocorra”, disse Ueyama.
O objetivo do coordenador é implantar mais dez pontos de monitoramento na cidade solicitando o apoio logístico da Prefeitura Municipal. Além de futuramente disponibilizar o sistema como software livre para outros municípios que tenham problemas com enchentes.
A pesquisa foi desenvolvida com apoio financeiro da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp), do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), da Rede Nacional de Ensino e Pesquisa (RNP) e do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologiaem Sistemas Embarcados Críticos(INCT-SEC).
