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Através de ideias múltiplas Wisnik mostra a alma humana

18/07/2012 17h31 - Atualizado há 12 anos Publicado por: Redação
Através de ideias múltiplas Wisnik mostra a alma humana

O compositor e pianista Zé Miguel Wisnik trouxe nesta terça-feira, 17, no Sesc São Carlos o show “Indivisível”, nome homônimo do quarto disco de sua carreira. Dentro do universo das relações humanas o músico paulista traduziu a música usando a poesia como ferramenta para atingir a emoção.

Wisnik deixa como proposta para o pensar a frase “A liberdade é bonita, mas não é infinita. Quero que você acredite, a liberdade é consciência do limite”, música que encerrou a apresentação como resumo de uma série de ideias que permearam a maneira de viver do homem contemporâneo.

Com uma banda formada por ele no piano e voz é acompanhado por Márcio Arantes (baixo acústico, contrabaixo e vocais), Sergio Reze (bateria), Swami Jr (violão) e Guilherme Kastrup (percussão e programação rítmica), o show contou com o auxílio luxuoso de Celso Sim dividindo o vocal.

No repertório, Wisnik apresentou parcerias com um time respeitável: Chico Buarque (a canção Embebedado), Jorge Mautner (a marchinha Tempo sem tempo), Guinga (o samba-canção Ilusão real), Marcelo Jeneci (O primeiro fole) e Luis Tatit (a moda de viola Tristezas do Zé). Além disso, musicou cinco poemas: “Medo”, de Carlos Drummond de Andrade; “Mortal loucura”, de Gregório de Matos Guerra; e a bela “Tenho dó das estrelas”, musica sobre a poesia de Fernando Pessoa.

Em “Os Ilhéus”, de Antonio Cícero e “Dois em um”, de Alice Ruiz que na visão dele era uma canção DR (como se fosse  um casal discutindo a relação) Wisnik mostrou no palco o poderoso formado de música e poesia que transcende os limites da razão para atingir o coração.

Um exemplo da maestria de Wisnik se deu ao apresentar a canção “Tristezas do Zé”, parceria com Luis Tatit, uma canção melancólica, mas temperada pelo senso de humor: “Tudo que é melancolia/Dizem que fui eu que fiz/É só chorar/Em Palmas, Teresina ou Jequié/Já vão avisar/que a origem é a tristeza lá do Zé”. A canção brinca com o clássico Tristezas do Jeca: “Fiquei muito feliz porque você pode rir de sua tristeza. O Jeca descobriu que a tristeza é um filão de sucesso. Por outro lado, é sobre a tristeza de todos e de ninguém”.

No samba “Sócrates brasileiro”, ele homenageia o “pique filosófico” do ex-craque do Corinthians e da seleção brasileira em um momento do show com maior descontração. Entretanto usa da uma linguagem popular do futebol para mostrar a paixão pelo esporte e em especial pelo craque que morreu no ano passado.

O músico já havia revelado que as canções do show são vazadas em um tom intimista, em arranjos econômicos. É como se tudo passasse por um filtro de Bossa Nova. Foi uma opção deliberada por apresentar as canções expostas, sem adereços, nuas: “Os arranjos vestem as canções, elas ganham corpo. Mas, nesse trabalho, eu quis privilegiar a palavra cantada. Só permiti a entrada de um instrumento se a canção estivesse pedindo”, disse.

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