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Livro de contos de Antônio Fais chega à versão digital

30/04/2014 22h03 - Atualizado há 10 anos Publicado por: Redação
Livro de contos de Antônio Fais chega à versão digital

O livro “É Quase Tudo Quase Verdade” do escritor que mora em São carlos Antônio Fais será lançado em versão digital. A versão impressa editada em 2006 reuniu, em 160 páginas, 33 contos, muitos deles publicados nas edições de domingo do jornal Primeira Página.

 

Segundo Fais, foram impressos 2 mil exemplares, que nos seis anos seguintes se esgotados. “Portanto, desde 2012 não existem mais edição desse livro, exceto alguns poucos que tenho em casa”, contou o escritor.

A opção de relançar a série de contos em versão digital veio por conta do fator econômico. “Os custos de impressão e a dificuldade em distribuir e vender livros desestimulam sua reimpressão, principalmente de autores pouco conhecidos, uma seara que eu me encontro”, afirmou Fais entremeando a risos .

O autor disse ainda que a versão digital fica bem mais em conta para produzir e com as novas mídias sociais, sua distribuição é feita diretamente, excluindo, ou, pelo menos, minimizando a figura do intermediário.

Enquanto a versão impressa custou aos bolsos do autor cerca de R$ 8 mil a oito anos, a versão ebook (nome em inglês para a versão digital de livros) ficou por menos de R$ 1 mil.

Outra novidade que o escritor lança com seu ebook e que no site www.literatus.com.br, que está sendo finalizado para comercializar obras literárias, o leitor é que vai escolher quanto pagar pelo livro. O site iniciará as atividades em junho.

“Ele baixa o livro e paga quanto quiser. E se não quiser pagar, espero que ao menos leia o livro, pois, no fundo os autores querem ser lidos”, proclama Fais

O autor disse acreditar que os ebooks digitais vão melhorar a distribuição e venda, tornando-os mais acessíveis. “Uma parceria onde ganham leitores e escritores, que passarão a ter uma relação direta”.

Na tentativa de identificar as verdades ou meias verdades sugeridas pelo título do livro, Fais respondeu com o conto que aparece na contracapa:

 

Eu estava sentado pensando em um título para meu livro. A velhinha, com ar de “sapeca”, olhava, olhava…  Até que se aproximou:

Gosto muito do que você escreve. Não perco um domingo no jornal.

Agradeci. E como ela ainda me olhava, perguntei:

A senhora se lembra de qual conto gostou mais?

Do “da cobra”. Foi como perdi a virgindade…

Segurei o riso, sem saber o que dizer.

Nossa! Mas sua vida é agitada! – disse ela.

Entendia agora em suas entrelinhas, o ar de “sapeca”.

Não! Não! É tudo inventado. É tudo mentira.

Inventado? Mentira? – Ela, decepcionada.

Bem… Mais ou menos. É quase tudo mentira.

Então… É quase tudo verdade! – viva, com cara de quem sabia muito sobre mim.

Com certeza, ela havia lido todos meus contos e sabia do que falava! Eu, procurando não perder o escudo da pessoa por trás do escritor, retruquei:

É quase tudo quase mentira!

Fica assim: É quase tudo quase verdade – em um tom que oscilava entre um pedido e um conselho, acinzentando os quases, sem saber o presente que me dava.

 

Antonio Fais nasceu em Jaú, interior paulista. Mudou-se para São Carlos, onde mora até hoje, quando ingressou em Ciências da Computação na Universidade Federal de São Carlos. Desde 2004, quando começou escrever, publica seus contos em diversos jornais e revistas.

Trabalha também com projetos de incentivo à leitura e à escrita com jovens e adultos em espaços culturais, empresas, escolas e bibliotecas.

Além das formas convencionais, Fais tem feito exposições de seus contos ilustrados por vários artistas plásticos.

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