Morre o maestro brasileiro Martinho Lutero Galati de Oliveira
Galati tinha 67 anos de idade e era criador da Rede Cultural Luther King e da Camerata
Morreu
na madrugada desta quinta-feira (26), aos 67 anos, o maestro brasileiro
Martinho Lutero Galati de Oliveira, uma das principais autoridades do País em
música coral, criador da Rede Cultural Luther King e da Camerata Sé. Ele estava
internado em São Paulo e sofreu uma parada cardíaca.
Nas redes sociais, a família do maestro informou
que ele será cremado na tarde desta quinta-feira e pediu que homenagens sejam
deixadas para um momento futuro em função dos cuidados com o novo coronavírus.
“Sugerimos que todos permaneçam em casa e deixemos a tão necessária
confraternização e homenagem para um futuro próximo dada a gravidade da crise
pela qual passamos e aos riscos de contaminação”, diz o texto publicado no
Facebook pela Rede.
Martinho Lutero dedicou sua trajetória à música
coral – acreditando que por meio dela era possível estabelecer diálogos entre
culturas. O Coro Luther King foi criado em São Paulo em 1970 e recebeu prêmios como
o da Associação Paulista de Críticos de Arte, tendo se apresentado em países
como a Itália, Portugal, França, Alemanha, Cuba, Angola e Tunísia. Sua meta é
“colaborar para a construção do canto coral, formando e preparando
milhares de pessoas para a vida musical, artística e cidadã, realizando música
do passado e do presente, promovendo externamente o desenvolvimento, a difusão
da literatura coral brasileira e a reflexão e o crescimentos das pessoas”.
Em 2020, a Rede Cultural Luther King completa 50
anos. Além do coro, faz parte do projeto a Camerata Sé, que vinha se
apresentando na Catedral da Sé, em São Paulo, além de propor projetos
originais, como a apresentação da ópera Treemonisha, de Scott Joplin com os artistas da Ocupação Cultural
Jeholu, que se dedica a pensar coletivamente a identidade negra e seu
protagonismo a partir dos terreiros.
Lutero também desenvolvia trabalho na Itália,
onde criou o coro Cantosospeso e era professor no Instituto di Musicologia di
Milano e na Libera Università di Lingue e Comunicazione. Nos anos 1980,
trabalhou na África, onde criou a Associação Cultural Tchova Xita Duma, em
Maputo, Moçambique.