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Olga Tokarczuk e Peter Handke ganham o Prêmio Nobel de Literatura de 2018 e 2019

10/10/2019 17h10 - Atualizado há 5 anos Publicado por: Redação
Olga Tokarczuk e Peter Handke ganham o Prêmio Nobel de Literatura de 2018 e 2019

A polonesa Olga Tokarczuk é a ganhadora do Prêmio Nobel de Literatura 2018 e o austríaco Peter Handke é o vencedor da premiação em 2019. O anúncio foi feito pela Academia Sueca nesta quinta-feira, 10, depois de viver um grande escândalo de assédio sexual e de vazamento de informações, iniciado em 2017, e que a fez suspender a premiação no ano passado.

Olga Tokarczuk nasceu em 1962, estreou na literatura em 1993 e ganhou Booker International em 2018 com Flight. Dela, o leitor brasileiro encontra Os Vagantes, publicado em 2014 pela Tinta Negra. Assim como ocorreu em 2018, a Academia Sueca não premiou nenhum escritor em 7 ocasiões – nenhuma delas envolvendo crimes como os cometidos agora, mas, sim, duas guerras mundiais: 1914, 1918, 1935, 1940, 1941, 1942 e 1943. Em outras 7 ocasiões, ela adiou para o ano seguinte: 1915, 1919, 1925, 1926, 1927, 1936 e 1949.

Desde que foi criado, em 1901, o Prêmio Nobel de Literatura já foi concedido 110 vezes e premiou 114 pessoas (em 1904, 1917, 1966 e 1974 ele foi dividido entre dois premiados). Dos 114 premiados, apenas 14 são mulheres (veja a lista abaixo). A média de idade dos vencedores é 65 anos – Rudyard Kipling foi o mais jovem, com 41, e Doris Lessing a mais velha, com 88.

Em novembro de 2017, 18 mulheres acusaram uma conhecida personalidade da cultura francesa, com quem a prestigiada instituição tinha vínculos estreitos, de violência e/ou assédio sexual. O episódio envolvia o dramaturgo Jean-Claude Arnault, uma grande figura cultural na Suécia e marido da poeta Katarina Frostenson, membro da Academia.

A Academia cortou relações com Arnault e determinou uma auditoria sobre suas relações com a instituição, mas desacordos internos nas medidas a tomar geraram confusão. Diante das circunstâncias, sete membros da Academia – de um total de 18 – renunciaram, incluindo a secretária permanente, Sara Danius. Eles eram designados de forma vitalícia e não tinham “autorização” para renunciar, mas poderiam optar por não participar das reuniões e decisões.

O relatório da auditoria descartou que Arnault tenha influenciado em decisões sobre prêmios e confirmou que a confidencialidade sobre o ganhador do Nobel foi violada em várias ocasiões. O escândalo provocou especulações nos meios de comunicação sobre o destino do prêmio liteário, que foi entregue em 2017 ao autor britânico-japonês Kazuo Ishiguro, e no ano anterior ao cantor e compositor americano Bob Dylan.

O rei da Suécia, Carlos XVI Gustavo, que é o principal responsável pela Academia fundada em 1786, concordou em modificar os estatutos para permitir que os membros renunciem e sejam substituídos, garantindo assim a sobrevivência da instituição. Em maio, a edição 2018 do Prêmio Nobel de Literatura foi adiada para 2019. Um novo capítulo da novela do Nobel foi acrescentado à história no dia 1.º de outubro. Aos 72 anos, Jean-Claude Arnault foi condenado a dois anos de prisão por estuprar duas vezes, em outubro e dezembro de 2011, uma jovem em um apartamento em Estocolmo.

Em janeiro de 2019, Katarina Frostenson deixou a Academia Sueca. A investigação sobre se ela vazou informações não foi levada adiante, e em comum acordo com a instituição ela formalizou sua saída.

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