Povo vai apoiar a seleção, diz Parreira
Apesar das manifestações contra a Copa do Mundo, que ocorrem desde o ano passado e tiveram como alvo nesta segunda-feira, 26, a seleção brasileira, o coordenador técnico do Brasil, Carlos Alberto Parreira, aposta que o povo vai apoiar a equipe quando a competição começar.
“Com certeza a seleção vai ser motivo de orgulho, vai ser apoiada, vai ser incentivada. Nós jogamos em casa e esse movimento vai ser muito grande. O torcedor será um 12o jogador, com toda certeza”, disse Parreira, em entrevista coletiva, após a apresentação dos jogadores para o início dos preparativos para a Copa do Mundo, na Granja Comary, em Teresópolis (RJ).
A caminho de disputar seu primeiro Mundial em casa desde 1950, a seleção brasileira acredita que a torcida será um trunfo para conquistar o sexto título mundial e apagar as lembranças amargas da derrota para o Uruguai na final no Maracanã há 64 anos.
Mas as manifestações que começaram em junho do ano passado, durante a disputa da Copa das Confederações, contestando os gastos da organização do Mundial no Brasil, entre outras coisas, se tornaram uma dor de cabeça para os organizadores do evento e motivo de preocupação para a seleção.
O próprio técnico Luiz Felipe Scolari afirmou recentemente que os protestos podem ter um impacto negativo sobre a seleção.
Nesta segunda-feira, o ônibus do Brasil foi alvo de socos e pontapés por parte de professores em greve que protestaram do lado de fora do hotel onde a equipe se reuniu no Rio de Janeiro. Também houve um protesto contra o Mundial e cobrando melhores serviços públicos na chegada dos jogadores à Granja Comary.
Parreira, no entanto, minimizou a confusão no primeiro dia de preparação da seleção para a Copa do Mundo, que começa em 12 de junho com a partida entre Brasil e Croácia, em São Paulo.
“Houve um contratempo, foram 200 pessoas no máximo, tenho certeza absoluta que a seleção é um patrimônio cultural e esportivo do povo brasileiro. O povo vai apoiar a seleção durante a Copa do Mundo”, afirmou.
Segundo Parreira, a equipe do Brasil está concentrada apenas nos acontecimentos dentro de campo e não deve se preocupar com os aspectos da organização ao Mundial, que tem sido alvo de críticas ao longo dos anos.
Em entrevista à Reuters na semana passada, o ex-atacante Ronaldo, que é membro do Comitê Organizador Local (COL) do Mundial, disse que se sentia “envergonhado” com os atrasos e dificuldades do país nos preparativos para o torneio.
“É hora só de falar de seleção”, disse o ex-treinador, que comandou o Brasil na conquista do título mundial de 1994 e agora trabalha ao lado do técnico Felipão.
“Estamos satisfeitos com a estrutura futebolística. Dentro de campo teremos a melhor Copa do Mundo. Quem quiser falar, criticar, elogiar… que faça.” (reportagem adicional de Rodrigo Viga Gaier)