Secretaria de Habitação suspende festival em praça pública
Na manhã de sexta-feira, 1º, a Prefeitura de São Carlos, por meio da Secretaria Municipal de Habitação e Desenvolvimento Urbano, suspendeu o evento que seria realizado neste sábado, 2, e domingo, 3, na Praça Coronel Salles, dentro da programação da 6ª edição do Festival Grito Rock.
De acordo com nota divulgada à imprensa pela prefeitura na tarde de sexta, segundo o secretário municipal de Habitação e Desenvolvimento Urbano, Caio Graco, a programação na Praça Coronel Salles foi suspensa porque a organização do evento não entregou toda a documentação necessária para realização das atividades.
“A primeira solicitação para a realização do evento foi entregue na Secretaria no dia 8 de fevereiro e nela constava que as atrações poderiam atrair até 30 mil pessoas. Comunicamos que toda a documentação deveria ser entregue até o dia 25 de fevereiro, o que não foi feito. No segundo ofício que recebemos, a coordenação do evento já especificou que na verdade somente deveria atrair um público de 3 mil pessoas e na documentação encaminhada para o Corpo de Bombeiros, o público estimado foi de 9 mil pessoas. Portanto, diante da falta de documentação e do conflito de informações, resolvemos suspender parte da programação do evento que aconteceria na Praça Coronel Salles”, explicou Caio Graco.
OUTRO LADO – Em entrevista ao jornal Primeira Página, o organizador do evento, Juliano Parreira, diz que houve sim um mal entendido devido a um erro de digitação do documento que dizia que o evento poderia atrair até 30 mil, mas o equívoco foi corrigido a tempo por parte da organização do evento e que a comissão organizadora do festival não se enquadra no decreto que a prefeitura coloca, já que o evento não tem um público estimado de mais de cinco mil pessoas.
“Baseado nisso teríamos que fazer um evento com o mínimo de burocracia possível, tínhamos tudo em mãos, ofício de trânsito, polícia avisada, vistoria marcada com os bombeiros, estrutura e atrações confirmadas e todo mundo avisado. Fomos atrás dos doze pontos que temos dentro desse decreto e mesmo assim não conseguimos a liberação da praça, pois, alegam que chegamos tarde”.
Juliano continua: “Na verdade foram colocados vários argumentos sem justificativa. Um deles é de que não podemos garantir que apenas cerca de 5 mil pessoas compareçam e sim muito mais. Concordo. Porém qualquer pessoa que fizer um evento na praça está sujeita a juntar mais de 5 mil pessoas, ou seja, qualquer produtor de evento seja ele o menor possível, seja lucrativo ou não, terá que se enquadrar dentro dessas exigências que são inviáveis para a cena independente. Acreditamos que há uma má vontade política por trás”.
“É inacreditável que uma secretaria tão importante dentro de uma cidade esteja barrando um espaço público que é direito do povo e que seja realizado um evento independente que acontece há seis anos e traz diversas atrações que promovem e movimenta a cultura dentro de São Carlos”, finaliza Juliano.
Solução
E as atrações confirmadas?
Sobre se as atrações confirmadas para se apresentarem sáabdo e domingo na Praça Coronel Salles, o organizador do evento, Juliano Parreira, diz que pretende passar as apresentações para outros espaços para que elas aconteçam mesmo assim.
“O festival está acontecendo desde a última segunda-feira (25) em outros espaços e provavelmente vamos realocar as bandas que tocariam na praça para outros lugares. Nossa vontade é de que essas atrações acontecessem na praça pública, pois se trata de um espaço democrático onde as pessoas podem ir sem pagar nada”.
Juliano ressalta. “São Carlos é referência em cultura independente nacionalmente. Estamos dispostos a mudar isso porque realmente para a cena independente fica inviável realizar eventos a partir dessas regras que a Secretaria da Habitação nos coloca”.