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Sesc São Carlos exibe o badalado filme nacional ´Bacurau´

26/01/2020 00h02 - Atualizado há 4 anos Publicado por: Redação
Sesc São Carlos exibe o badalado filme nacional ´Bacurau´ Fotos: Victor Jucá

Dois filmes do cinema contemporâneo produzido por diretores pernambucanos com os filmes estarão em exibição no Sesc São Carlos. “Bacurau” dos diretores Kleber Mendonça Filho e Juliano Dornelles e “Divino Amor” do diretor Gabriel Mascaro completam a mostra dedicada aos cineastas que apostaram suas produções no polo cinematográficos de Pernambuco.
Hoje será exibido ás 17h30 o filme “Bacurau” que mostra uma cidade pernambucana que some misteriosamente do mapa. Na trama uma série de assassinatos inexplicáveis começa a acontecer os moradores da cidade tentam reagir. Mas como se defender de um inimigo desconhecido e implacável?
Já “Divino Amor” retrata uma devota religiosa usa seu ofício num cartório para tentar dificultar os divórcios. Enquanto espera por um sinal divino em reconhecimento aos seus esforços é confrontada com uma crise no seu casamento que termina por deixá-la ainda mais perto de Deus. A sessão será às 20 horas de terça-feira (28).
Todos os filmes tem entrada gratuita mediante retirada antecipada de ingressos uma hora antes da sessão.
Confira a crítica de Filippo Pitanga para Bacural (www.cartacapital.com.br)
Os números e a força do longa brasileira são uma verdadeira legítima defesa do setor que emprega milhões de pessoas no Brasil
Imagine um governante tão perigoso, e que representasse a sua própria gente tão pouco, ou menos que nada, que precisasse ser destituído para a sobrevivência geral da Nação. Imagine esse governante diante da força deste povo. Imagine que esta força pudesse lhe despir de todas as suas mentiras e bravatas e fakenews. Imagine agora que as próprias mentiras do governante o amarrassem e o carregassem pra bem longe.
Em parte, é sobre isso que se trata o filme “Bacurau” de Kleber Mendonça Filho e Juliano Dornelles, sobre uma cidadezinha homônima que vira alvo de forças externas que gostariam de fazê-la desaparecer do mapa, talvez por medo de insurreição popular ou para facilitar o acesso estrangeiro às suas riquezas naturais. Estamos falando de força social e justiça popular.
Em meio a acusações recentes do governo na tentativa de detratar e desarmar o nosso cinema brasileiro em seu maior clímax histórico de inúmeros prêmios e competições internacionais, as salas lotadas de “Bacurau” foram prova viva de um diálogo real com seus espectadores. Sem falar que gerou 800 empregos diretos e indiretos, levou mais de 730.000 pessoas aos cinemas e teve uma renda de mais de 11,2 milhões de reais, de acordo com a distribuidora Vitrine Filmes.
Um sucesso inserido no mesmo setor de cultura brasileira que equivale a 2,5% do PIB, em torno de 170 bilhões de reais, empregando cerca de 5 milhões de pessoas, entre formais e informais, ou quase 6% de toda a mão de obra brasileira.
Mas isto não se deu apenas por ganhar 10 prêmios internacionais, incluindo o Prêmio do Júri no Festival de Cannes 2019. Nem por se pronunciar politicamente no contexto da trama ficcional. Seja pelas micropolíticas afirmativas de gênero, raça, sexualidade, classe e territorialidade, bastante presentes aqui, ou pela tenebrosa necropolítica atual, mais do que nunca, precisamos vencer o velho estigma de que nossa cultura é “viralata” perante o “pedigree” do que vem de fora, como já defendiam nomes como Glauber Rocha e Paulo Emílio Salles Gomes.

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