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Técnicos argentinos ajudaram “renascença” de seleção chilena

19/06/2014 20h30 - Atualizado há 10 anos Publicado por: Redação
Técnicos argentinos ajudaram “renascença” de seleção chilena
Reuters/Dylan Martinez
Técnico da seleção do Chile, Jorge Sampaoli, durante partida contra a Espanha.

É difícil imaginar isso agora, mas até recentemente o Chile era uma das seleções mais fracas na América do Sul, prejudicada por indisciplina, abalada por escândalos e com um histórico em torneios que pode apenas ser descrito como patético.

 

Sua vitória de estreia na África do Sul em 2010 foi a primeira em uma Copa do Mundo em 48 anos. Eles nunca venceram a Copa América em 36 tentativas desde 1916.

Na campanha das eliminatórias para a Copa do Mundo de 2002, eles ficaram em último lugar do grupo na América do Sul, com apenas três vitórias em 18 partidas.

Mas, como mostrou seu desempenho contra a Espanha na vitória por 2 x 0 na quarta-feira, eles são agora uma das equipes mais competitivas da região, com grandes ambições.

“Superamos o campeão mundial e esperamos que isso vá nos ajudar a continuar crescendo”, disse o meia Arturo Vidal. “Queremos ser uma grande equipe e queremos vencer o torneio”.

As sementes para o sucesso foram plantadas em 2007, após seu fracasso para se qualificar para a Copa do Mundo na Alemanha. Naquele ano, eles participaram de um torneio sub-20 no Canadá e surpreenderam a todos com a terceira colocação.

Nessa seleção estavam alguns dos jogadores que agora são fundamentais para o time – Vidal, Alexis Sánchez, Gary Medel e Mauricio Isla.

No mesmo ano, os chilenos indicaram o argentino Marcelo Bielsa como técnico.

Excêntrico, filosófico e introvertido, Bielsa tornou-se um herói cultuado no Chile, e sua influência sobre o time ainda pode ser vista hoje, com sua frenética, e às vezes imprudente, ênfase no ataque.

Ele também tratou da conhecida indisciplina dos jogadores chilenos. As alucinantes noites que marcaram uma viagem para Dublin para um amistoso em 2006 e sua campanha na Copa América em 2007 tornaram-se coisas do passado.

O “El Loco” guiou o Chile para uma respeitável derrota para o Brasil nas oitavas de final da Copa do Mundo de 2010, e a maioria dos chilenos quiseram que ele continuasse.

Mas após embates com a federação chilena de futebol, ele deixou sua posição, assumida pelo compatriota Claudio Borghi.

Borghi seguiu o caminho de sucesso de Bielsa na Copa América de 2011, antes de passar o cargo adiante para outro argentino, Jorge Sampaoli, que trouxe a seleção chilena para o Brasil.

Sampaoli é discípulo de Bielsa, mas registrou sua própria marca na seleção, convocando novos jogadores como Eduardo Vargas e Charles Aranguiz, marcadores dos dois gols conta a Espanha.

Falar que o Chile será campeão pode parecer algo muito distante. Há muitas chances de a seleção enfrentar o Brasil novamente na próxima rodada.

Mas em questão de quatro meses, eles superaram a Inglaterra em Wembley, fizeram os alemães tropeçarem em um amistoso em Stuttgart e agora eliminaram a Espanha da Copa do Mundo.

 

Nada mal para uma seleção que apenas alguns anos atrás era considerada como pouco disciplinada e perdedora.

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