Ambulantes de São Carlos já sentem o impacto do isolamento social
Os trabalhadores que vendem os seus produtos nas ruas, já estão passando fome
Antes da quarentena, as pessoas sempre encontravam no Calçadão da Rua General Osório, o radialista e padeiro, Paulo Soler, 56 anos, que veio de Araraquara, em 2018, para vender pães e produtos de milho no horário comercial. Atualmente é um Microempreendedor Individual (MEI) e fez curso de capacitação no Sebrae para trabalhar e manipular alimentos, contou ele.
A ambulante Amara Araújo, pernambucana de 74 anos, mãe de cinco filhos, atua há 40 anos vendendo pipoca das 9 às 18 horas na Rua General Osório, é outro exemplo da nossa cidade, dentre os mais de 600 ambulantes de São Carlos, informou a Secretaria Municipal de Trabalho.
Esses trabalhadores informais tiveram que parar com suas atividades e estão em seus domicílios, devido ao isolamento social no município, por causa da pandemia do coronavírus.
Eles relataram a nossa reportagem que devido à crise está difícil conseguir vender de casa os seus produtos, porque as pessoas não estão saindo das suas residências, somente para o essencial. Devido a isso, a renda mensal caiu bastante.
A representante dos trabalhadores informais de São Carlos, Ana Aparecida Veltrone, confirmou a nossa reportagem essa situação. “O pessoal está pedindo para que eu vá atrás de recursos junto ao município, porque muitos já estão sem recursos para comprar alimentos e estão com as contas atrasadas”, afirmou.
Segundo ela, os R$ 600,00 prometido pelo Governo Federal, sancionado ontem pelo presidente Bolsonaro, não será suficiente para manter as famílias desses trabalhadores.
Ana comentou que já está conversando com o secretário Bragatto. “Na quinta-feira nos reunimos com o secretário do Trabalho, Emprego e renda para encontrar soluções de ajuda a esses trabalhadores. “O secretário irá se reunir com os outros secretários para estudar soluções de auxílios aos ambulantes”, finalizou
O secretário municipal de Trabalho, Emprego e Renda, Walcinyr Bragatto, disse que o município já está atuando em vários sentidos para apoio aos ambulantes. “Estamos reivindicando no Programa de Renda Básica Emergencial que seja aberto um sistema de autodeclaração para atender a todos na regulamentação do R$ 600, assim poderemos incluir os que não estavam registrados anteriormente no Cadastro Único”, explicou.
Outras ações de apoio aos ambulantes pela Secretaria Municipal de Trabalho, Emprego e Renda
A Secretária está na articulação especialmente com a Secretaria Municipal de Cidadania e Assistência Social e outras secretarias municipais, antecipando a estrutura necessária para viabilizar o acesso dos ambulantes aos recursos, compartilhamento das bases de dados, possíveis locais de atendimento para formalização digital dos ambulantes no sistema federal, logística para as campanhas de arrecadação e distribuição de alimentos e outros produtos necessários unindo área pública e sociedade civil.
Reivindicamos também junto ao Governo do Estado de São Paulo, via Secretaria de Desenvolvimento Econômico que os recursos que serão destinados pelo Estado cheguem também aos trabalhadores informais, sejam ambulantes, sejam da Coleta Seletiva, Cooperativas, Empreendimentos de Economia Solidária entre outros.
Está em elaboração por este secretário uma proposta de atividades para recuperação econômica dos setores mais afetados, formais e informais, tão logo sejam compatíveis com as determinações da OMS, Ministério da Saúde e demais órgãos responsáveis no combate à pandemia do coronavírus.
