BC anuncia que pode liberar até R$ 650 bilhões na economia
Operações terão prazo de, no mínimo, 30 dias e, no máximo 359 dias
Instituições financeiras poderão pegar empréstimos com o
Banco Central. A previsão é de liberação de R$ 650 bilhões na economia.
Na noite da última quarta-feira (1º), em reunião extraordinária, o Conselho
Monetário Nacional (CMN) autorizou o Banco Central (BC) a conceder empréstimos
aos bancos tendo como garantia as carteiras de crédito dessas instituições. As
operações terão prazo de, no mínimo, 30 dias e, no máximo, 359 dias corridos.
Segundo o BC, a Linha Temporária Especial de Liquidez (LTEL) tem o objetivo de
oferecer a liquidez (recursos disponíveis) “necessária para que o Sistema
Financeiro Nacional possa se manter estável frente ao aumento da demanda
observada no mercado de crédito, fruto dos reflexos da propagação da covid-19”.
O BC informou em nota, divulgada nesta última quinta-feira (02), que a adoção
dessas linhas especiais de liquidez pelos principais bancos centrais no mundo
tem sido instrumento “amplamente utilizado” como uma das respostas à crise.
“A fim de conferir maior segurança à operação, os créditos serão dados em
garantia no âmbito de registradora de ativos financeiros e transferidos ao BC
mediante a emissão de uma Letra Financeira Garantida (LFG), depositada em
depositário central”, diz o BC.
De acordo com o BC, serão aceitos créditos com níveis baixos de risco,
avaliados como AA, A e B, mediante exigência de garantia em valor superior ao
do empréstimo, de forma proporcional ao risco das operações de crédito
ofertadas em garantia.
O BC informou que estabelecerá os critérios e as condições operacionais.
Contrato com o BC americano
Na reunião extraordinária, o CMN também autorizou o BC a firmar contrato de
swap (troca, em inglês) com o Federal Reserve, banco central dos Estados
Unidos.
No último dia 19, o BC e o Federal Reserve anunciaram o estabelecimento de uma linha
de swap de liquidez em dólares americanos no montante de US$ 60 bilhões,
ampliando a oferta potencial de dólar no mercado doméstico.
O acordo de swap entre o Banco Central do Brasil e o Federal Reserve
permanecerá em vigor por pelo menos seis meses. “A linha de liquidez soma-se ao
conjunto de instrumentos disponíveis do BC para lidar com a alta volatilidade
dos mercados em decorrência da pandemia da covid-19”, disse o BC.