Bolsas da Europa fecham sem sinal único, coronavírus e política local no radar
As
principais bolsas europeias fecharam sem direção única, nesta
última
segunda-feira (10).
Temores com o coronavírus e seus impactos na economia voltaram a
preocupar investidores, que estiveram atentos também ao noticiário
da política local, sobretudo na Alemanha.
O índice pan-europeu
Stoxx 600 fechou em alta de 0,07%, em 424,64 pontos.
Ainda com o
pregão europeu aberto, a Organização Mundial de Saúde (OMS)
divulgou novo balanço sobre o coronavírus, com 40 235 casos
confirmados e 909 mortes na China. No resto do mundo, há 309
confirmações de casos, com uma morte nas Filipinas. A OMS ainda
alertou para alguns poucos casos de pacientes que não estiveram na
China, mas foram recentemente infectados pelo vírus
O BMO
Capital Markets acredita que deve desacelerar o número total de
novos casos e de mortes pela doença nas próximas semanas, mas
lembra em relatório que a própria OMS tem sido cautelosa em fazer
previsões neste momento. “Até que o surto esteja sob controle,
problemas nos negócios em viagens, cadeias de suprimento e turismo,
bem como a paralisação em grandes áreas da economia da China,
deprimirão a economia global”, alerta o banco. O Danske Bank,
por sua vez, lembra que a China previa retomar a produção hoje,
após um feriado prolongado estendido pelo combate à doença,
ponderando que isso poderia levar a mais casos de contágio.
“Portanto, a incerteza seguirá conosco por um tempo”,
alerta. Nesta
última segunda-feira (10),
o governo do Reino Unido declarou o coronavírus uma ameaça “séria
e iminente” à saúde pública, o que pode ajudar na resposta ao
problema.
A LPL Financial Research diz que o coronavírus seguiu
como foco dos mercados globais, com “quedas modestas” nas
principais praças, por ora. Para a corretora, os mercados precificam
um “cenário de contenção relativamente otimista”.
Além
disso, a política do continente esteve no radar. Na Irlanda, há
indefinição sobre o resultado eleitoral do fim de semana, com risco
de impasse para se formar o governo. Na Alemanha, a ministra de
Defesa, Annegret Kramp-Karrenbauer, disse que não pretende concorrer
ao posto de chanceler e que deixará o comando da União Cristã
Democrata mais adiante neste ano, o que frustrou o plano de sucessão
traçado pela chanceler Angela Merkel. Para a Eurasia, o premiê da
Renânia do Norte-Westfália, Armin Laschet, é favorito a ficar com
o comando da sigla, por ser mais “liberal, pragmático” e
“o mais próximo da posição moderada de Angela Merkel”. O
país deve realizar eleição geral em 2021.
Na Bolsa de
Londres, o índice FTSE 100 fechou em baixa de 0,27%, em 7.446,88
pontos. Ações do setor de energia estiveram pressionadas, em
jornada negativa para o petróleo e diante de dúvidas sobre a
demanda futura de commodities. BP caiu 1,15%, enquanto a mineradora
Glencore recuou 1,15%.
Em Frankfurt, o índice DAX recuou 0,15%,
para 13.494,03 pontos. Entre os bancos alemães, Deutsche Bank caiu
1,15% e Commerzbank, 0,95%. No setor de energia, E.ON foi na
contramão e subiu 0,56%, entre as mais negociadas.
Na Bolsa de
Paris, o índice CAC 40 caiu 0,23%, a 6.015,67 pontos Société
Générale caiu 1,31% e a petroleira Total teve baixa de 1,51%.
O
índice FTSE MIB, da Bolsa de Milão, subiu 0,12%, a 24.507,70
pontos. Credito Valtellinese foi o papel mais negociado, em alta de
9,82%. Já Intesa Sanpaolo perdeu 0,69% e Banco BPM teve baixa de
0,72%.
Em Madri, o índice IBEX 35 fechou em alta de 0,05%, a
9,816,00 pontos, passando ao território positivo nos ajustes finais.
Os bancos espanhóis não tiveram sinal único, com Santander em
queda de 0,58% e BBVA em alta de 0,29%. Na Bolsa de Lisboa, o PSI 20
caiu 0,15%, a 5.282,06 pontos.