Brasil quer parceria com Índia para transformar etanol em commodity
O ministro de Minas e Energia,
Bento Albuquerque, disse acreditar em parceria entre o Brasil e a
Índia para transformar o etanol em uma commodity global. O ministro
participou nesta quinta-feira (23) de seminário sobre oportunidades
de negócios entre os dois países nas áreas de energia e mineração,
em Nova Dhéli, na Índia.
“O Brasil é o maior produtor de
etanol de cana-de-açúcar no mundo. A Índia é o maior produtor
mundial de cana-de-açúcar e acho que nós devemos e podemos
cooperar nesse âmbito”, disse o ministro em entrevista à TV
Brasil. “Essa cooperação envolve o desenvolvimento de tecnologias
e o propósito disto vai beneficiar a todos. É o etanol, o
biocombustível, se tornando uma commodity internacional”,
acrescentou.
De acordo com o ministro, a cooperação entre os
dois países é estratégica, porque a Índia possui o mercado
energético que mais cresce no mundo e deve se tornar o principal
importador mundial de energia nos próximos anos. O país asiático
importa 80% do petróleo que consome, e um dos seus exportadores é o
Brasil. O produto é o item de maior peso no comércio bilateral dos
dois países.
“O Brasil já tem essa relação com a Índia e
desde o ano passado nos tornamos exportadores de petróleo, nossa
produção está aumentando, vai continuar a aumentar e achamos que a
importação da Índia nos próximos anos vai crescer. Até porque a
índia será o maior importador de energia do mundo”, afirmou.
O
evento teve ainda a participação da ministra da Agricultura, Tereza
Cristina e do ministro de Energia e de Recursos Novos e Renováveis
da Índia, Raj Kumar. Durante a passagem do ministro pela Índia, o
governo brasileiro vai firmar três memorandos de entendimento nos
setores de petróleo, gás e biocombustíveis; energias renováveis
(como solar, eólica) e mineração.
“Estamos falando de dois
países grandes, o Brasil é a nona economia do mundo, a índia é a
quinta. Temos complementaridades imensas nos setores de energia,
petróleo, gás, biocombustíveis, geração de energia solar,
eólica, e também de biomassa e a mineração”, disse
Albuquerque.
O ministro destacou o interesse indiano em aumentar
os investimentos no setor de energia no país. Atualmente, a Índia
tem investimentos relacionados a transmissão de energia. Há a
possibilidade de que as empresas indianas também passem a atuar no
segmento de geração de energia.
Já no setor de mineração, o
Brasil quer ampliar a exportação de ouro para a Índia. “Já
exportamos ouro para a Índia e podemos aumentar muito mais essa
cooperação. A Índia tem cerca de 95 commodities minerais e o
Brasil cerca de 80. Temos muito a aprender e trocar com esse setor”,
disse o ministro.
Dados do ministério mostram que o setor
mineral, fechou 2019 com superávit de US$ 21,9 bilhões, somando
exportações de US$ 46,5 bilhões e importações de US$ 24,6
bilhões. No total das exportações do país, o setor representou
20,8% dos US$ 224 bilhões em bens exportados pelo país.