Caixa está na vanguarda da questão econômica, diminuindo juros, diz Bolsonaro
O presidente Jair Bolsonaro
voltou a defender, em entrevista à rádio Itatiaia, que a Caixa Econômica Federal promova cortes de juros
do cheque especial, do rotativo do cartão de crédito e de outras carteiras na
esteira de uma provável nova redução da taxa Selic na próxima semana. Ele
repetiu o que disse em um evento do banco sobre pessoas com deficiência, quando
afirmou que a medida tornaria a Caixa mais atrativa.
“A Caixa está na vanguarda da questão
econômica. No vácuo disso, os outros bancos vão diminuir suas taxas de juros.
Se não, vão perder rentabilidade”, disse Bolsonaro, que aproveitou o
momento para reiterar que não há interferência da Presidência da República nas
decisões do banco estatal. “Você não pode intervir O presidente da Caixa
indicou seus diretores, vice-diretores, superintendências, e a Caixa tem tudo
para dar certo e vem dando certo.”
Sobre a agenda do governo no Congresso nos
próximos meses, Bolsonaro afirmou que uma reforma tributária completa pode ter
difícil aprovação e o Planalto pode recorrer a uma medida menos ambiciosa.
“Fiquei 28 anos na Câmara e quando você quer resolver tudo, não resolve
nada. Se fizermos uma simplificação tributária, vai ser muito bem-vinda”,
afirmou, sem detalhar as possibilidades da medida.
Segundo o presidente, uma prioridade na revisão
da legislação tributária seria diminuir os impostos pagos pela população. Ele
disse que a equipe trabalha para, até 2020, isentar do Imposto de Renda
trabalhadores com vencimentos de até R$ 2 mil.
Bolsonaro afirmou ainda que, apesar de ter tido
uma “formação estatizante” durante sua carreira de militar, foi
convencido pela agenda econômica liberal do ministro da Economia, Paulo Guedes.
“Assumi e estou cumprindo o compromisso de seguir 90% da agenda do Paulo
Guedes”, disse o presidente, que também afirmou que gostaria de já ter
visto aprovadas tanto a reforma tributária, quanto o pacote anticrime do ministro
da Justiça e Segurança Pública, Sérgio Moro.
O presidente disse que não tem arrependimentos
na condução de seu governo, apesar de reconhecer que pode ter errado em alguns
momentos. “Não tivemos momento de crise e, se deus quiser, não teremos até
2022”, disse Bolsonaro, que voltou a destacar como um acerto a composição
“técnica” de seu ministério.
Bolsonaro também deixou em aberto a
possibilidade de disputar a reeleição em 2022. Quando perguntado sobre seu
sonho para o governo, ele respondeu que quer “entregar o Brasil melhor do
que peguei para meu sucessor em 2023 ou, quem sabe, em 2027.”