Caixa vai estender pausa para pagar prestação de imóvel, diz Bolsonaro
Mais de 2,3 milhões de cleintes já solicitaram a pausa ao banco
O
presidente Jair Bolsonaro disse nesta quinta-feira (14) que a Caixa Econômica
Federal vai estender por mais um mês a pausa emergencial para o pagamento de
financiamentos habitacionais. Segundo o presidente, dos 5 milhões de clientes
do crédito imobiliário, mais de 2,3 milhões já solicitaram a pausa ao banco.
“As pessoas não têm dinheiro para pagar a prestação da casa própria”, disse
ele, ao deixar o Palácio da Alvorada. No primeiro momento, como medida de
socorro financeiro pelos impactos da pandemia de covid-19, a Caixa anunciou uma
pausa de até dois meses para o pagamento das prestações, depois prorrogou por
mais um mês e agora, segundo Bolsonaro, a pausa será ampliada para quatro
meses.
De acordo com a Caixa, só têm direito ao benefício os contratos que estão em
dia ou com, no máximo, duas prestações atrasadas. O cliente que tem três ou
mais parcelas em atraso deve fazer uma renegociação com o banco.
Para o presidente, entretanto, para que a medida funcione, é preciso garantir a
renda e o emprego dos trabalhadores. Bolsonaro defende o isolamento social
apenas para as pessoas do grupo de risco da covid-19 e o fim do isolamento para
toda a população. Com a retomada das atividades e do comércio, segundo ele,
haverá demanda para as indústrias voltarem a produzir e gerar empregos.
“Não adianta apenas prorrogar [o pagamento] se o cidadão que perdeu o emprego,
teve salário reduzido, não tem como pagar a prestação da casa própria. O que
está sobrando de dinheiro pra ele está sendo pra comida”, disse. “O Brasil está
quebrando e, depois de quebrar, a economia não se recupera. Vamos ser fadados a
ser um país de miseráveis. Temos que ter coragem de enfrentar o vírus. Está
morrendo gente? Está, lamento. Mas vai morrer muito
mais se a economia continuar sendo destroçada por essas medidas”, ressaltou.
Autoridades de saúde orientam a população e os governos a adotar as medidas de
isolamento e distanciamento social como forma de prevenção à disseminação do
novo coronavírus. Como ainda não há vacina nem remédio, comprovado
cientificamente, contra a covid-19, a orientação visa a frear a transmissão do
vírus para evitar que os sistemas de saúde fiquem sobrecarregados e consigam
atender a todas as pessoas que venham a ficar doentes.
Bolsonaro fez um apelo aos governadores para que revejam a política de
fechamento do comércio e disse que está pronto para conversar. “O Brasil está
se tornando um país de pobres. Vai chegar um ponto que o caos vai se fazer
presente aqui. Essa história de lockdown, de fechar tudo, não é esse o caminho,
esse é o caminho do fracasso, de quebrar o Brasil”, afirmou.