Cautela por EUA-China e dado fraco do varejo levam à queda do Ibovespa
A
expectativa pela assinatura do acordo comercial entre Estados Unidos
e China divide a atenção dos investidores com os dados do comércio
varejista brasileiro de novembro, informados na manhã desta
quarta-feira, 15. Depois dos índices da indústria e dos serviços
reforçarem fraqueza, hoje o Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística (IBGE) informou que o consumo continua em recuperação
moderada.
Tanto os resultados das vendas do restrito quanto do
ampliado (leva em conta vendas de veículos e de material de
construção) ficaram menores que as medianas nas estimativas da
pesquisa do Projeções Broadcast.
Em novembro, as vendas no
conceito restrito subiram 0,6% ante outubro, e cresceram 2,9% no
confronto com o penúltimo mês de 2018. Como avalia em nota o
economista-chefe da Necton Investimentos, André Perfeito, o
resultado por si só não reverte de forma alguma tendência de
melhora relativa da atividade, “mas acende uma luz amarela ao
apontar que em novembro a oferta fraquejou de fato”.
A
frustração nos dados pode reforçar as apostas de nova baixa da
Selic no Comitê de Política Monetária (Copom) de fevereiro. As
expectativas estavam divididas entre recuo de 0,25 ponto e manutenção
em 4,50% ao ano.
Com isso, deve dobrar a atenção no
comportamento das ações varejistas e do setor financeiro na B3, e
ainda nos papéis da Petrobras.
A estatal concluiu na terça a
venda da fatia de 50% que detinha na Petrobras Oil & Gas B.V.
(PO&GBV) para a Petrovida Holding. Com a venda, a empresa passa a
ser uma joint venture entre a Petrovida e o BTG Pactual E&P B.V.,
cada um com metade das ações
Às 10h57, o Ibovespa tinha queda
de 0,62%, aos 116.898,42 pontos, após a alta de 0,26% (117.632,40
pontos) na véspera.
Em relação à formalização do
entendimento comercial sino-americano esperada para o início desta
tarde, a cautela dá-se sobretudo por causa de dúvidas a respeito do
conteúdo do documento a ser apresentado.
Na terça, o otimismo
recente pela expectativa de assinatura do pacto foi ofuscado pelas
palavras do secretário do Tesouro americano, Steven Mnuchin. Ele
disse que as tarifas dos EUA a produtos chineses vão permanecer em
vigor até a conclusão de uma segunda fase do pacto comercial.
“O
movimento das bolsas externas baixa reflete um pouco essa cautela,
esse compasso de espera pelo teor do documento, como será a
assinatura, e o que será apresentado”, observa um operador.