Com a crise, 40% dos bares e restaurantes de São Paulo podem fechar
Mais da metade dos estabelecimentos demitiram funcionários
Pesquisa divulgada pela Associação Brasileira de Bares e
Restaurantes (Abrasel) revelou que 40% dos bares e restaurantes da cidade de
São Paulo devem fechar permanentemente devido à crise provocada pela pandemia
de covid-19, conforme avaliação dos empresários entrevistados. Apenas 11,9%
disseram ter conseguido algum dos financiamentos anunciados pelo
governo e 45,2% julgam necessária a obtenção de financiamentos a juros
reduzidos.
Mais
da metade dos estabelecimentos (57,1%) demitiram funcionários e 83,3%
utilizaram a suspensão do contrato de trabalho durante a pandemia para manter
equipes ou reduzir demissões. A redução de jornada e salário (45,2%) e férias
coletivas (33,3%) foram as outras alternativas para manter parte ou toda a
equipe empregada.
A maioria (65,5%) dos empresários do setor avaliavam como prioridade a
aprovação da Medida Provisória (MP) 936, que visa reduzir os impactos
econômicos e as demissões durante a pandemia do novo coronavírus. A MP permite
a redução de salários e da jornada de trabalho ou a suspensão do contrato
trabalhista, garantindo o pagamento de benefício emergencial do governo ao
trabalhador. A pesquisa foi realizada no período entre 5 e 12 de junho, ou
seja, antes da aprovação da MP.
Nove em cada dez (92,9%) empresários acreditam que, com a continuidade da
pandemia, haverá recessão até o final do ano. Em 67% dos estabelecimentos, os
empresários conseguiram negociar redução do aluguel. No entanto, 66,7%
afirmaram que estão sendo cobrados pela média de consumo de energia elétrica
dos meses anteriores à pandemia e 11,8% sofreram algum tipo de abuso, como
juros abusivos, protesto sem aviso prévio e prazo curto para informar o
consumo.
Em relação ao serviço de delivery, 73,5% estão
trabalhando com entregas. Desses, 80% estão insatisfeitos com o atendimento dos
aplicativos, como taxas abusivas e retirada de muitos estabelecimentos do
sistema de entrega em horários de grande movimento, impedindo o cliente faça o
pedido.
Reabertura
Em 57,5% dos casos, os empresários mostraram-se cautelosos e preferem
pressionar para abertura mais gradual e segura; 25,9% concordam em não pressionar
e esperar pela decisão das autoridades ou aguardar o arrefecimento da pandemia
com a diminuição do risco de contágio e com clientes mais seguros para
frequentar os estabelecimentos; e 19% desejam a abertura imediata.
Sobre a expectativa dos entrevistados, 70,2% estão preparados para a reabertura
e 26,2% ainda não, sendo que, dentre esses, 13,1% justificam o risco de não
haver clientes pelo receio de contaminação.