Confiança do consumidor sofre forte queda puxada por pandemia
O Índice de Confiança do Consumidor (ICC), medido pela Fundação
Getulio Vargas (FGV), caiu 7,6 pontos de fevereiro para março. Com a queda, o
indicador chegou a 80,2 pontos, em uma escala de zero a 200 pontos, o menor
valor desde janeiro de 2017 (78,3 pontos).
O Índice de Situação Atual, que mede a confiança no presente, diminuiu 4,8
pontos, para 76,1 pontos, o menor nível desde julho de 2019 (75,6 pontos). O
Índice de Expectativas, que mede as avaliações sobre o futuro, caiu 9,3 pontos
para 83,9 pontos, o menor desde dezembro de 2016 (81,6 pontos).
Segundo a pesquisadora da FGV, Viviane Seda Bittencourt, a queda da confiança
já havia caído nos dois meses anteriores. A perda acumulada em 2020 chega a
11,4 pontos.
Mas, sob influência da pandemia do novo coronavírus, a queda se acentuou.
“Apesar de dois terços da coleta de dados para esta edição ter ocorrido
antes das medidas de restrição já é possível notar um impacto expressivo nas
expectativas.
A capital que registrou a maior queda na confiança foi o Rio de Janeiro,
enquanto os paulistas já perceberam a piora da situação atual, possivelmente em
função do maior número de casos e por seu imenso parque fabril. O cenário para
os próximos meses é preocupante, com forte impacto econômico e social”,
afirmou.
Para ela, embora seja difícil imaginar “alguma recuperação da confiança no
horizonte visível, esperamos que o sucesso das medidas de isolamento parar
reduzir a disseminação do vírus possam ao menos conter parte do desânimo que
virá com a queda do Produto Interno Bruto e o aumento do desemprego”.