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Crise faz 4 mil perderem emprego

03/07/2020 06h05 - Atualizado há 4 anos Publicado por: Redação
Crise faz 4 mil perderem emprego Foto: Marco Rogério

Sem contabilizar os cortes do mercado informal, mais de 3.800 trabalhadores já perderam seus postos de trabalho a partir de março com a chegada do novo coronavírus ao Brasil

A crise econômica alavancada pela crise sanitária da Covid-19 já foi responsável pelo fechamento de quase 4.000 vagas no mercado de trabalho de São Carlos. O CAGED (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados), divulgado pela Secretaria do Trabalho do Ministério da Economia, revela que durante os meses de março, abril e maio, após o início da crise do novo coronavírus, houve um saldo negativo de 3.400 entre admissões e demissões de trabalhadores.

Somando-se estes números às 210 demissões já confirmadas pela Tecumseh do Brasil e mais 204 anunciadas ontem pela LATAM, são mais de 3.800 desligamentos só no mercado formal, ou seja, nas empresas onde os trabalhadores são todos registrados em carteira de trabalho. Caso somemos a estes números as demissões no mercado informal, os 4.000 são facilmente superados.  No caso da LATAM, a crise interrompeu um período de crescimento da empresa. Em janeiro a companhia havia anunciado a contratação e projetava um crescimento de aproximadamente 15% em suas atividades.

Em termos de Brasil, o número de trabalhadores que ficaram sem remuneração durante a pandemia de covid-19 no mês de maio chegou a 9,7 milhões, o que equivale a 11,5% da população ocupada no país. Os dados foram divulgados na semana passada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que publicou a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) – Covid-19.

O economista Paulo Cereda afirma que embora a pesquisa não mostre dados específicos de São Carlos, a situação é bastante preocupante. “Além do mercado formal, a crise também atingiu em cheio o mercado informal, o que é ainda mais grave, uma vez que este mercado inclui aquela doceira, aqueles vigilantes, aquele barbeiro que atuavam sem a condição de MEI ou qualquer outro meio formal. É uma situação bastante complicada”, afirma ele.

O grupo sem remuneração corresponde a 51,3% dos trabalhadores afastados de suas atividades no mês de maio, contingente que soma 19 milhões de pessoas, ou 22,5% da população ocupada. Os setores com mais afastamentos são: outros serviços (37,8%), serviço doméstico (28,9%) e alojamento e alimentação (28,5%). As atividades de agricultura, pecuária, produção florestal, pesca e aquicultura foram as menos afetadas, com 6,8% de afastados.

O trabalho remoto foi adotado por 8,7 milhões de trabalhadores, o que equivale a apenas 13,3% da população que continuou trabalhando em maio. O home office foi mais comum entre os trabalhadores de nível superior (38,3%), enquanto as demais faixas de escolaridade ficaram bem abaixo: 0,6% no nível fundamental incompleto, 1,7% no fundamental completo, e 7,9% no médio completo. O trabalho remoto também foi mais comum entre as mulheres (17,9%) que entre os homens (10,3%).

Renda

Outro efeito da pandemia foi a redução de horas trabalhadas, que atingiu 18,3 milhões de trabalhadores. Por outro lado, 2,4 milhões de pessoas trabalharam mais horas que o habitual no mês de maio.

Os impactos se refletiram na renda dos trabalhadores. O rendimento médio de todos os trabalhos caiu 18,2% em maio, de R$ 2.320 para R$ 1.899. Tal perda de renda chega a quase 20% nas Regiões Nordeste e Sudeste, e é menos intensa no Centro-Oeste, onde a diferença foi de 14,4%.

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