Dólar encosta em R$ 4,36 e renova recorde desde criação do real
Em mais um dia de oscilações no câmbio, o dólar subiu
novamente e voltou a fechar no maior valor nominal desde a criação do real.
Nesta última terça-feira (18), o
dólar comercial encerrou a sessão vendido a R$ 4,358, com alta de R$ 0,029
(+0,66%).
Foi o segundo dia seguido de valorização da divisa, que operou em alta durante
toda a sessão. Desde o começo do ano, o dólar acumula valorização de 8,6%.
O Banco Central (BC) não tomou novas medidas para segurar a cotação. Hoje, a autoridade
monetária leiloou US$ 650 milhões para rolar (renovar) contratos de swap cambial
– que equivalem à venda de dólares no mercado futuro – com vencimento em abril.
O leilão faz parte da rolagem de US$ 13 bilhões de swap que
venceriam daqui a dois meses.
No mercado de ações, o dia também se caracterizou pela turbulência. O índice
Ibovespa, da B3 (antiga Bolsa de Valores de São Paulo), encerrou esta terça-feira aos 114.977
pontos, com recuo de 0,29%. O indicador operou com queda superior a 1% durante
boa parte da sessão e recuperou-se no fim da tarde, mas em ritmo insuficiente
para reverter a baixa.
Nas últimas semanas, o mercado financeiro em todo o mundo tem atravessado
turbulências em meio ao receio do impacto do coronavírus sobre a economia
global. A interrupção da produção em diversas indústrias da China está afetando
as cadeias internacionais de produção. Indústrias de diversos países, inclusive
do Brasil, sofrem com a falta de matéria-prima para fabricarem e montarem
produtos.
A desaceleração da China também pode fazer o país asiático consumir menos
insumos, minérios e produtos agropecuários brasileiros. Uma eventual redução
das exportações para o principal parceiro comercial do Brasil reduz a entrada
de dólares, pressionando a cotação.
Entre os fatores domésticos que têm
provocado a valorização do dólar, está a decisão recente do Comitê de Política
Monetária (Copom) do Banco Central de reduzir a taxa Selic – juros básicos –
para 4,25% ao ano, o menor nível da história. Juros mais baixos desestimulam a
entrada de capitais estrangeiros no Brasil, também puxando a cotação para cima.