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“É uma ‘greve dos caminhoneiros’ multiplicada por trinta”, diz CIESP

29/03/2020 00h05 - Atualizado há 4 anos Publicado por: Redação
“É uma ‘greve dos caminhoneiros’ multiplicada por trinta”, diz CIESP Foto: Divulgação

Direção da entidade teme desemprego e fechamentos de empresas dentro de noventa dias, quando a crise deve atingir seu ápice

A crise causada pelo Novo Coronavírus é uma ‘greve dos caminhoneiros’ multiplicada por trinta”. A afirmação é de Emerson Chu, diretor regional do CIESP, entidade que representa todo o setor industrial de São Carlos e região. Ele compara a situação atual e seus efeitos ao locaute comandado pelas transportadoras e pelos caminhoneiros há cerca de três anos e que abalou a economia nacional.
O setor fabril emprega 23,65% da mão-de-obra formal do município, ou seja, o volume de trabalhadores que atua com carteira profissional registrada. A média salarial do setor fabril em São Carlos é de R$ 3.562,08. Existem cerca de 700 empresas atuantes na área industrial em vários setores.  
O CIESP São Carlos nega que estejam havendo demissões no segmento neste momento, mas confirmam efeitos nefastos na economia local a curto, médio e longo prazo. “Não conhecemos casos de demissões, mas várias empresas sofreram impacto no faturamento. ”, afirma o diretor regional da entidade, Emerson Chu.
O empresário explica que muitos clientes cancelaram os pedidos nas indústrias. Alguns por estarem em quarentena e em outros casos, empresas estão com a produção parada por falta de insumos. Ele afirma que muitas empresas da região lançaram mão da alternativa das férias coletivas.  As que estão funcionando, segundo ele, adotaram medidas de higiene e de teletrabalho, além de tomar outros cuidados, como afastar as pessoas que fazem parte dos grupos de risco.
Chu destaca que algumas notícias aliviam o segmento, como as medidas tomadas pelos governos no sentido de prorrogarem os pagamentos de impostos. Segundo ele, estas iniciativas são importantes para amenizar os problemas econômicos neste momento.
Segundo ele, CIESP e FIESP tem feito negociações contates juntos aso governos. “O Governo Federal já publicou algumas medidas para postergar os impostos dos próximos meses para outubro e novembro e liberou os industriais de recolher o FGTS neste momento”.
Por outro lado, ele reclama das linhas de crédito do BNDES, que ele considera como “inviáveis”.  “Quando estes recursos passam por bancos públicos e privados este dinheiro fica muito caro. Alguns bancos estão oferecendo renegociações para quem tem empréstimos com carência de dois meses. Cooperativas oferecem prorrogação desde que a empresa comprove que a crise vai afetar seu caixa. Em geral as condições até agora apresentadas não são nada favoráveis”, resume Chu.
O empreendedor ressalta que haverá um forte impacto na economia e que esta crise vai gerar algum desconforto para toda a cadeia produtiva. “A crise alcançará o pico nos próximos 90 dias, quando o fluxo de pagamentos será abalado e quando mais pedidos serão cancelados. Se continuar assim, a situação deve piorar e deve ocorrer fechamento de empresas. Por isso estamos trabalhando na busca de alternativas para todos os setores. É uma greve de caminhoneiros multiplicada por 30”.
GUERRA POLÍTICA – No meio industrial também há quem veja a guerra política como pano de fundo da atual crise econômica causada pelo novo Coronavírus. É o caso do empresário Ubiraci Moreno Pires Corrêa. Segundo ele, os governadores paulistas, João Dória (PSDB) e fluminense, Wilson Witzel (PSC), estariam mantendo o comércio fechado para desgastar politicamente o presidente Jair Bolsonaro. “A atividade econômica não pode ficar parada como está. Se continuarmos assim muita gente vai morrer de fome e a violência vai explodir com o avanço descomunal do desemprego. Levaremos anos para superarmos a atual crise. É um absurdo total”, ressalta ele. 

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