Expectativa de inflação dos brasileiros retorna a mínimo histórico
Projeção é que taxa acumulada fique em 4,8% nos próximos 12 meses
Os brasileiros acreditam que a taxa de inflação acumulada
ficará em 4,8% nos próximos 12 meses, segundo pesquisa realizada em maio pela
Fundação Getulio Vargas (FGV). A taxa é inferior aos 5,1% da pesquisa feita em
abril e aos 5,4% de maio do ano passado.
Com o resultado de maio, a expectativa dos brasileiros em relação à taxa de
inflação retornou ao mínimo da série histórica da FGV.
A pesquisa é feita com base em entrevista a consumidores de sete capitais
(Porto Alegre, São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Salvador, Brasília e
Recife), que respondem à seguinte pergunta: Na sua opinião, de quanto será a
inflação brasileira nos próximos 12 meses?
“Após o susto com a aceleração dos preços dos alimentos no fim de março e
abril, a expectativa de inflação dos consumidores volta ao menor nível da série
histórica. Esse resultado é reflexo tanto de um cenário atípico de deflação de
alguns dos principais itens, quanto da expectativa do mercado de valores, cada
vez menores para a inflação oficial (IPCA)”, afirma Renata de Mello Franco,
pesquisadora da FGV.
Ela acredita, no entanto, que, com a pandemia do novo coronavírus (covid-19),
as famílias têm concentrado gastos com itens de maior necessidade, como os
alimentos, cuja taxa tem ficado acima da média do IPCA, o que deve fazer com
que os brasileiros passem a acreditar em uma inflação muito acima da projetada
pelo mercado.