Infraestrutura continua atraente a investimento externo, diz ministro
Segundo ele, 2021 será um ano de recuperação econômica
O ministro da Infraestrutura, Tarcísio de Freitas, disse
nesta última sexta-feira (29) que a responsabilidade fiscal, associada à grande
quantidade de portfólios, aos bons ativos brasileiros e à disponibilidade de
crédito representam um conjunto de qualidades que manterá o país atrativo para
o investimento externo, mesmo em meio à crise decorrente da pandemia.
Segundo ele, 2021 será um ano de recuperação econômica forte para, em 2022, a
situação ficar “ainda melhor”, em um cenário onde a taxa básica de juros estará
baixa.
“A queda de PIB não é só no Brasil. É no mundo inteiro. Vamos continuar
seguindo a linha planejada, de responsabilidade fiscal e solvência. Não haverá
nenhum tipo de maluquice aqui”, disse ele em uma live promovida pelo site Jota.
Durante a live, Freitas reafirmou que a infraestrutura tem atraído os
investidores estrangeiros, e que esse interesse é reforçado pelo fato de todos
editais terem sido publicados tendo por base muitas consultas, na busca pelo
formato ideal. “Não publicamos nenhum edital sem reverberação no mercado.
Quando publicamos é porque já temos posição positiva”, disse. “O investidor
está interessado no Brasil. Falo isso porque tenho conversado com vários
deles”, completou.
Perguntado sobre se essa avaliação considerava o cenário apontado pelo Banco
Central brasileiro – segundo o qual investidores teriam retirado do país cerca
de R$ 34 bilhões em aplicações – Freitas disse que esse movimento foi
percebido, mas que em parte ele se explica pelo fato de o juro no Brasil ter
ficado barato e à necessidade de as empresas pagarem dívidas no exterior.
“Tivemos um primeiro momento de retirada de dinheiro para pagar dívidas no
exterior com moeda local, e tivemos, com a crise, um segundo movimento de saída
de investidores de países em desenvolvimento, que são os que [em situações de
crise mundial] são os que mais sofrem com isso”, disse.
Freitas disse que a retirada desse dinheiro foi percebida inclusive na pressão
cambial, que acabou valorizando a cotação do dólar. Ele, no entanto, acredita
que, em um prazo mais longo, a situação melhorará, com o país tendo a inflação
sob controle em um cenário de juro baixo.
“Temos fuga de dinheiro do Brasil, em um fenômeno que ocorre com todos países
em desenvolvimento. Mas como temos muita capacidade ociosa, essa desvalorização
do câmbio não está gerando inflação. Quando as atividades foram retomadas, não
teremos tanta alta de preço e estaremos com juros baixos”, argumentou ao prever
que o país terá “um ano de 2021 bom, e de 2022 melhor ainda”
Na avaliação do ministro, situações de crise geram oportunidades que precisam
ser aproveitadas. “Crise, de certa forma, gera comoção, solidariedade e
sentimento de doação. Todos querem ajudar. Com isso, temos ambiente favorável
até no Congresso Nacional, para a aprovação de medidas”.
Freitas disse que o BNDES terá papel relevante no sentido de disponibilizar, de
forma responsável, linhas de crédito para vários setores da economia. Segundo
ele, isso já está sendo feito por meio de garantias e sindicalização, de forma
a preservar caixa “para que tenhamos crédito também para a infraestrutura”.