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IPCA-15 desacelera a 0,46% em maio por alimentos

22/05/2013 16h57 - Atualizado há 11 anos Publicado por: Redação
IPCA-15 desacelera a 0,46% em maio por alimentos

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo-15 (IPCA-15) desacelerou em maio mais do que o esperado, para uma alta de 0,46 por cento, beneficiado por um avanço menor dos preços de alimentos que compensou a maior pressão dos remédios.

 

Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta quarta-feira, 22, no acumulado dos últimos 12 meses, a prévia da inflação oficial atingiu 6,46 por cento, também abaixo dos 12 meses imediatamente anteriores, quando ficou em 6,51 por cento. Em abril, o IPCA-15 subiu 0,51 por cento.

O resultado acumulado também foi melhor do que os 6,49 por cento registrados no IPCA no final de abril, quando voltou a ficar dentro da meta do governo, de 4,5 por cento com tolerância de 2 pontos percentuais.

Para analistas, isso confirma a expectativa de que os preços vão cair ainda mais no segundo semestre. Entretanto, não quer dizer que a inflação esteja sob controle, mas sim acomodada ainda num nível alto.

“A inflação ainda preocupa porque permanece num nível acima do desejado… ela está acomodada em um nível muito mais próximo do teto do que do centro da meta”, avaliou o economista-chefe da Austin Rating Alex Agostini. Para ele, a inflação medida pelo IPCA ficará em 5,2 por cento neste ano, mas o economista admite rever para cima este número.

Pesquisa realizada pela Reuters apontou que o indicador subiria 0,49 por cento na comparação mensal, de acordo com a mediana das previsões de 26 analistas. Na base anual, a expectativa era de avanço de 6,48 por cento.

 

ALIMENTOS

A forte desaceleração dos preços dos alimentos foi o ponto positivo do resultado de maio do IPCA-15, seguindo a tendência no atacado.

 

Segundo o IBGE, o grupo Alimentação e bebidas subiu 0,47 por cento em maio, ante 1,0 por cento no período anterior. Com isso, o peso do grupo no indicador deste mês ficou em 0,12 ponto percentual, metade do visto em abril.

Os preços no atacado vêm mostrando queda, principalmente com a deflação dos preços dos produtos agrícolas, mas os preços ao consumidor ainda mostravam resistência.

“Houve deflação finalmente em itens como hortaliças, tubérculos e legumes, mostrando que esse repasse do atacado para o varejo começou a acontecer”, destacou a economista da Tendências Alessandra Ribeiro.

Por outro lado, o principal ponto de pressão neste mês ficou por conta dos preços dos remédios, com uma alta de 2,94 por cento em maio, ante 0,93 por cento em abril, levando a um impacto de com impacto de 0,10 ponto percentual no índice. Segundo o IBGE, o resultado refletiu o aumento de até 6,31 por cento nos preços dos remédios autorizado pelo governo no início de abril.

Com isso, o grupo Saúde e cuidados pessoais acelerou a alta mensal a 1,30 por cento em maio, contra 0,63 por cento em abril. Também registraram forte alta no período os grupos Habitação, com avanço de 0,72 por cento, ante 0,68 por cento em abril, e Vestuário, cuja alta acelerou para 0,76 por cento em maio, ante 0,44 por cento no mês anterior.

 

DIFUSÃO

No IPCA-15, o índice de difusão registrou boa queda ao atingir 61,6 por cento, ante 66,3 por cento no IPCA de abril e 68,5 por cento no IPCA-15 do mesmo mês, de acordo com Alessandra, da Tendências.

Entretanto, ainda não pode ser considerado um nível satisfatório. “Está bem longe do pico de janeiro de 75, mas ainda assim é um patamar muito desconfortável. Em períodos mais tranquilos, ele fica ao redor de 50”, disse ela.

Nas contas de Agostini, para que a taxa de inflação fique ao redor de 5,6 por cento neste ano, a média mensal do segundo semestre teria que ser de 0,35 por cento. Se essa média for de 0,45 por cento, a inflação vai girar em 6,3 por cento, bem perto do teto da meta.

Apesar da fragilidade da recuperação econômica, o alto nível da inflação tem preocupado o governo e já levou o Banco Central a iniciar mais um ciclo de aperto monetário, aumentando a Selic para 7,5 por cento no mês passado.

Esse cenário levou o presidente do BC, Alexandre Tombini, a afirmar que a autoridade monetária fará o que for necessário, “com a devida tempestividade”, para a inflação cair na segunda metade do ano. O discurso foi enfatizado por ele na terça-feira.

Diante desses comentários, parte do mercado passou a apostar na intensificação do aperto monetário na reunião da próxima semana do Comitê de Política Monetária (Copom), com o mercado futuro de juros enxergando aumento de 0,50 ponto percentual na Selic neste mês, acelerando o ritmo em relação a abril, quando a alta foi de 0,25 ponto.

Segundo a pesquisa Focus do BC, economistas estimam que a inflação encerrará 2013 a 5,8 por cento.

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