26 de Abril de 2024

Dólar

Euro

Economia

Jornal Primeira Página > Notícias > Economia > Mantega promete novas ações

Mantega promete novas ações

01/03/2012 17h19 - Atualizado há 12 anos Publicado por: Redação
Mantega promete novas ações

No mesmo dia em que anunciou mais taxação para empréstimos no exterior, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, afirmou que o governo continuará tomando novas medidas para impedir a valorização excessiva do real frente ao dólar. Ele, no entanto, não deu mais detalhes.

“O governo não ficará assistindo impassível a guerra cambial, temos que nos defender”, afirmou Mantega em entrevista coletiva. “O governo continuará tomando medidas para impedir que o real se valorize, prejudicando a produção brasileira”, emendou.

O ministro enfatizou que o foco é conter a entrada de investidores que preferem atuar na especulação de curto prazo. “Aqueles que trabalham assim têm que ser penalizados e pagarão alguma coisa”, disse.

A edição desta quinta-feira do Diário Oficial trouxe decreto presidencial que aumenta de dois para até três anos o prazo de incidência de alíquota do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) de 6 por cento para empréstimos de empresas no exterior.

A medida visa reduzir o ingresso de dólar no país, cuja cotação em relação ao real chegou a ficar abaixo de 1,70 real nesta semana. Em abril do ano passado, o governo já havia elevado de um para dois anos o prazo da incidência do IOF a 6 por cento.

“Quem quiser pegar dinheiro no curto prazo que é para especular, para fazer aplicação financeira, vai pagar o IOF”, afirmou Mantega.

A medida, no entanto, não chegou a afetar o mercado cambial, nem mesmo o Banco Central ter anunciado um leilão de compra de dólares no mercado à vista.

Às 13h34 (horário de Brasília), o dólar tinha desvalorização de 0,45 por cento, a 1,7122 real.

Ao ser questionado sobre isso, o ministro afirmou que a eficácia das medidas já adotadas pelo governo no câmbio “tem sido notada ao longo do tempo.”

O governo teme a forte entrada de dólares no país, tendência que deve permanecer. Na quarta-feira, por exemplo, o Banco Central Europeu (BCE) injetou 530 bilhões de euros nas instituições financeiras que estão atravessando turbulência por conta da crise na zona da moeda única. A expectativa é de que parte desses recursos vá para mercados emergentes, como o Brasil, que têm bons rendimentos.

O Brasil, por exemplo, possui uma das taxas básica de juros mais elevadas ao ano, hoje em 10,50 por cento ao ano.

Mantega sustentou que o país torna-se atrativo porque bancos, sobretudo europeus, veem fortes riscos para aplicar em países ou instituições da zona do euro com alavancagem e exposição elevada à países frágeis, como Portugal, Itália e Grécia.

Ele lembrou que importantes economias têm feito políticas monetárias expansionistas, como os Estados Unidos, a União Europeia e o Japão, o que acaba elevando a liquidez no mundo.

“E sobra crédito e somos atingidos por isso”, afirmou ele.

 

Recomendamos para você

Comentários

Assinar
Notificar de
guest
0 Comentários
Comentários em linha
Exibir todos os comentários
0
Queremos sua opinião! Deixe um comentário.x