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Nova redução de juros teria efeito marginal sobre crescimento e inflação

Com a melhora do cenário da crise sanitária, o BCE espera que a inflação ganhe impulso

17/01/2021 14h05 - Atualizado há 3 anos Publicado por: Redação
Nova redução de juros teria efeito marginal sobre crescimento e inflação Foto: Divulgação

Na mais recente reunião de política monetária do Banco Central Europeu (BCE), dirigentes consideraram que uma nova redução da taxa de juros teria efeito apenas marginal no crescimento e inflação da zona do euro, segundo ata do encontro. Os dirigentes afirmaram que o programa de compra de ativos da pandemia (PEPP, na sigla em inglês), foi mais eficiente que os cortes de juros para dar suporte à economia durante a crise.

O documento afirma que os dirigentes do banco concordaram que a nova extensão do programa de compra de ativos está “em linha” com a duração esperada da crise, a incerteza quanto à distribuição de vacinas e o retorno esperado da atividade ao nível pré-pandêmico. Segundo o BCE, “os benefícios das compras de ativos superaram os seus custos potenciais”.

“Todos os membros concordaram que, tendo em vista as consequências econômicas do ressurgimento da pandemia, a revisão em baixa da trajetória de inflação projetada e os riscos resultantes de um desancoramento das expectativas de inflação, medidas adicionais de política monetária foram necessárias para preservar o fluxo de crédito para todos os setores da economia e sustentar a recuperação econômica”, afirma a ata.

Alguns dirigentes do BCE defenderam uma ampliação menor das compras de ativos, argumentando que seria prudente deixar um pouco de espaço à política monetária para decisões futuras. Para outros, porém, o aumento proposto à PEPP ainda era insuficiente para facilitar as condições de financiamento e trazer a inflação da zona do euro mais próxima da meta.

EURO – Na reunião, dirigentes do BCE afirmaram ter observado com atenção o papel da taxa de câmbio para o cenário de inflação na zona do euro, e comentaram que a recente apreciação da moeda comum ante o dólar americano pode contribuir para um cenário de inflação deprimida. A taxa de câmbio nominal do euro atingiu recordes históricos em 2020.

De acordo com o documento, dirigentes notaram que as perspectivas de inflação para a zona do euro ainda estão “muito abaixo” da meta do BCE, de taxa próxima, mas menor, de 2%. O conselho da entidade concordou que deve monitorar “cuidadosamente” o cenário de estabilidade de preços e que não deve ser visto como “complacente” em relação à inflação. O grupo considerou que o nível de preços ainda está muito baixo, por conta da demanda e mercado de trabalho fracos, seguindo os impactos da ressurgência da covid-19 nos últimos meses do ano passado.

Com a melhora do cenário da crise sanitária, o BCE espera que a inflação ganhe impulso. “Uma vez que o impacto da pandemia diminuir, uma recuperação da demanda, apoiada por políticas fiscais e monetárias acomodatícias, pressionaria a inflação no médio prazo”, diz a ata.

Os dirigentes argumentaram que o cenário econômico se enfraqueceu ao fim de 2020 por conta da covid-19, além da perspectiva de não sair o acordo pós-Brexit com o Reino Unido e uma “política de estímulos fiscal vacilante em diversos países” da zona do euro. O risco que a pandemia traz à atividade na União Europeia se concentra, em especial, no curto prazo, afirmaram os membros do BCE citando indicadores recentes.

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