País crescerá em 2020 entre 2,5% e 3,0%, diz secretário de Política Econômica
O
secretário de Política Econômica do Ministério da Economia,
Adolfo Sachsida, avalia que o Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil
pode crescer entre 2,5% e 3,0% já em 2020. Ele informou a estimativa
– que está acima da projeção oficial da sua pasta, de alta de 2,4%
para a economia neste ano – em entrevista na manhã desta última
segunda-feira (20)
à GloboNews
Segundo
Sachsida, o desempenho esperado para a economia decorre da mudança
no mix econômico que vem sendo promovida pelo governo federal. “A
estratégia do governo sempre foi consistente, com consolidação
fiscal e combate à má alocação de recursos. Estamos mudando o mix
de crescimento, porque antes o governo era o gerador e isso nos levou
a uma crise fiscal terrível. Estamos colocando as bases do
crescimento sustentável de longo prazo”, afirmou.
Para
ele, o desempenho aquém do esperado da economia nos meses finais de
2019 é decorrente de problemas de governos anteriores, “de 2006
a 2016”.
O
secretário afirmou que a mudança do mix econômico tende a dar
resultados graduais, à medida em que o setor privado vai ingressando
na economia. “Temos que insistir no que está dando certo, na
consolidação fiscal”, defendeu.
Com
a mudança do mix econômico e o avanço na agenda de reformas, que
consolidaria a situação fiscal do País, Sachsida diz que é
possível pensar em taxas de crescimento acima de 3,0%. “Para
crescermos de 3,5% a 4,0% temos que voltar a ter superávit primário,
reduzir a relação dívida/PIB e melhorar a atividade da economia”,
disse o secretário. “Não podemos parar com as reformas”,
completou .
Crédito
A
prioridade da Secretaria de Política Econômica em 2020 é melhorar
a eficiência do crédito, disse Sachsida na entrevista à GloboNews.
“Temos uma agenda grande”, afirmou, sem dar
detalhes.
Sachsida
pontuou que estudos do Fundo Monetário Internacional (FMI) mostraram
que o mercado de crédito brasileiro é um dos maiores responsáveis
pela má alocação de recursos no País, um dos problemas apontados
pelo secretário como obstáculo para um crescimento mais acelerado
da economia.
Além
disso, Sachsida afirmou que as reformas que são prioridades do
governo neste ano são as que já estão no Congresso: a PEC do pacto
federativo, a PEC emergencial e a PEC dos fundos.
INSS
Em
relação aos problemas de atendimento no INSS, que tem uma fila de
1,3 milhão de pedidos de benefícios sem resposta, o secretário
argumentou que são derivados da má gestão, segundo ele, dos
governos anteriores e disse que o secretário especial de Previdência
e Trabalho, Rogério Marinho, deve ter boas respostas para a situação
em “uma ou duas semanas”. “Ocorreram grandes erros de
2006 a 2016. Quando você começa a resolver esses problemas em 2019,
demora. A digitalização melhorou a eficiência para o cidadão
apresentar o requerimento, isso gerou fila.”