Pesquisa mostra futuro das profissões no Brasil
Tradicionais, medicina, direito, engenharia, pedagogia e
licenciaturas estão entre as carreiras mais procuradas por
estudantes de 15 anos em 41 países. No Brasil, quase dois a cada
três estudantes pretendem seguir as dez profissões mais citadas no
questionário do Programa Internacional de Avaliação de Estudantes
(Pisa) 2018 por aqueles que fizeram as provas.
Os resultados
estão no estudo “Empregos dos sonhos? As aspirações de carreira
dos adolescentes e o futuro do trabalho”, divulgado esta semana
pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico
(OCDE).
Os rankings das profissões mais desejadas variam de
acordo com o gênero dos estudantes. Entre as mulheres, tanto em 2000
quanto em 2018, medicina, direito, pedagogia e licenciaturas,
enfermagem, psicologia, administração e veterinária estão entre
as top 10.
No Brasil, 63% dos estudantes de 15 anos querem
seguir essas carreiras. O índice só é superado pela Indonésia,
com 68%. França e República Tcheca têm o menor percentual,
36%.
Entre os homens, as profissões mais procuradas em 2018
foram engenheiro, administrador, médico, advogado, profissional de
educação física, arquiteto, mecânico automobilístico, policial e
profissional de tecnologia da informação e comunicação.
As
profissões são as mesmas desejadas em 2000, apenas mudaram de lugar
no ranking. Engenharia, que ocupava a terceira posição entre os
meninos, passou a ser a mais buscada.
Futuro das profissões – O
estudo analisou também os riscos de as profissões escolhidas pelos
estudantes não existirem mais no futuro devido ao uso de robôs e de
inteligência artificial para substituir trabalhadores.
De
acordo com o texto, a maioria das carreiras mais populares entre os
jovens, como profissionais de saúde e sociais, culturais e legais,
tende a ter baixo risco de automação.
No entanto, fora do
ranking das profissões top 10, “muitos jovens selecionam empregos
com risco muito maior de automação. Ao todo, 39% dos empregos
citados pelos participantes do Pisa correm o risco de ser
automatizados dentro de 10 a 15 anos”.
O estudo mostra que o
risco de automação varia entre países. Na Austrália, Irlanda e no
Reino Unido, cerca de 35% dos empregos citados pelos estudantes
correm o risco de automação. Na Alemanha, Grécia, Japão, Lituânia
e Eslováquia, mais de 45% desses empregos estão em risco.
O
especialista em recursos humanos, Samir Rodrigues afirma que o tema
das novas profissões inquieta a todos. “O futuro é algo que
intriga e tira o sono de muita gente, tanto que é que o nosso país,
segundo estudos do assunto, é o que apresenta o maior percentual de
pessoas ansiosas”, comenta.
Seguindo Rodrigues as pessoas
mudam de opinião com o tempo. “O ocorrem alterações nessas
aspirações ao longo do tempo, pois os modelos mentais e realidades
também mudam. Por exemplo, em 2000 algumas profissões desejadas,
como secretária e cabeleireira, estavam entre dez mais desejadas
pelas mulheres que participaram da pesquisa, em 2018 foram
substituídas, por exemplo, por designer e arquiteta”, reflete ele.
Para a professora de Marketing e Comunicação, especialista em
Gestão Empresarial, Daniella Rebelo, o que vai ampliar as
oportunidades de atuação no mercado de trabalho é a necessidade
resolver os problemas que temos hoje e os que ainda vão surgir.
“Tentando dar uma olhadinha ali no amanhã, a gente já
consegue ver alguns sinais no que tange reaproveitamento de recursos.
Aí podemos pensar em engenharias ligadas não só a melhor
aproveitamento de recursos naturais, mas também com relação ao
lixo, como diminuir e ou usar melhor o que temos disponíveis. Novos
serviços que facilitem ainda mais a vida das pessoas, como os
aplicativos de pessoas que podem cuidar dos pets, vamos pensar então
de alguém que vai cuidar das plantas, por exemplo”.
Segundo
ela, a própria moda ainda tem muito a evoluir. “Já li que se
parássemos hoje toda e qualquer produção têxtil, teríamos roupas
para os próximos 30 anos! Então, o que quero dizer é que talvez
não conseguimos ainda prever exatamente quais profissões vão
existir, mas já podemos entender que traremos novas soluções para
antigos problemas.”