Petrobras diz a funcionários que, se preciso, tomará novas medidas de resiliência
Comunicado foi realizado internamente nesta quarta-feira (1º)
A Petrobras divulgou
internamente uma carta aos seus funcionários para dar alguns detalhes das novas
medidas de resiliência, anunciadas nesta quarta-feira (1º), e também para
informar que outras medidas poderão vir pela frente, dependendo do desenrolar
do cenário de crise.
“É a pior crise nos últimos 100 anos. Ainda
que as consequências sejam imprevisíveis, elas já estão ocorrendo – e são
drásticas”, afirma a empresa, acrescentando que pela primeira vez na
história houve, simultaneamente, uma queda brusca da demanda mundial associada
à alta da produção, o que tem contribuído para derrubar o preço do petróleo.
Segundo a empresa, a crise não será passageira e
poderá afetar o futuro. Em resposta, pretende “agir rápido”.
Nesta última quarta-feira (1º), foi a segunda
vez que a Petrobras anunciou cortes de produção. O primeiro comunicado foi
feito no dia 26 de março, quando informou a redução da produção de petróleo de
100 mil barris por dia. Agora ampliou para 200 mil barris por dia e ainda vai
reduzir o ritmo de suas refinarias.
A estimativa é que o consumo de combustíveis no
Brasil caia à metade nos próximos meses. “Vamos continuar monitorando o
cenário de forma a garantir que a Petrobras continue fornecendo a energia que
contribui para movimentar a nossa sociedade. Se for preciso, tomaremos outras
medidas para garantir a continuidade de nossos negócios”, afirma.
Além dos cortes de produção, foi detalhada na
carta aos funcionários a postergação das remunerações mensais do pessoal com
função gratificada e as mudanças nos turnos de trabalho para quem não faz parte
do contingente de manutenção da operação. Para os consultores masters, a
retenção será de 30%; para os gerentes, assistentes e consultores sêniores,
será de 25%; para os gerentes setoriais, coordenadores e consultores, de 20%;
para os assessores, de 20%; e para os supervisores, de 10%.
Na semana passada, a Petrobras já sido anunciado
a postergação da remuneração de 30% do presidente, diretoria, gerentes
executivos e gerais e conselheiros de administração.
Nesta quarta, foram informadas também mudanças
nos turnos de trabalho para aqueles que não estão na operação produtiva. De
abril a junho, a carga diária cai de 8 horas para 6 horas, e o salário, 25%.
“Temos confiança de que vamos superar esse
momento de incerteza”, conclui a empresa, destacando já ter superado
outros períodos de dificuldade.