Piso mínimo de frete deveria ser reajustado de 15% a 18%, estimam caminhoneiros
A
adoção de novos critérios para o cálculo do piso mínimo do frete rodoviário,
publicada na última quinta-feira, 16, pela Agência Nacional de Transportes
Terrestres (ANTT), ainda não contempla o custo básico operacional da categoria,
na análise do presidente da Associação Brasileira dos Condutores de Veículos
Automotores (Abrava), Wallace Landim. “É um avanço porque engloba outros
itens que são do nosso direito, mas ainda é paliativo e não cobre os gastos
mínimos do transporte”, afirma Chorão, como é conhecido pela categoria, ao
Broadcast Agro, sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado.
A associação calcula que, para contemplar itens como desgaste de pneu, diária e
alta do diesel, o reajuste deveria ser da ordem de 15% a 18%, acima do
estabelecido pela ANTT de 11% a 15%, de acordo com o tipo de carga e operação.
As novas regras estabelecidas pela ANTT incluem a obrigação do pagamento do
chamado frete retorno para os caminhoneiros, a cobrança do valor das diárias,
despesas como parada e alimentação, e um novo tipo de carga, a pressurizada.
A resolução entra em vigor na próxima segunda-feira, 20. Os reajustes
semestrais contemplam altas de combustível e correção monetária de custos.
Um dos principais representantes do setor durante a paralisação de 2018, Chorão
afirma que, neste momento, a categoria não pretende solicitar a revisão do
valor. “Em princípio, não pediremos nenhuma revisão. A cada seis meses o
piso é reajusto e podemos solicitar um cálculo mais completo na próxima
atualização. Esperamos apenas que seja cumprida”, diz Chorão.
Segundo ele, agora, os caminhoneiros estão focados na defesa da constitucionalidade
do piso mínimo, que será julgada pelo Supremo Tribunal Federal, em 19 de
fevereiro.
“Toda nossa articulação e esforços estão voltados para esse data Não
queremos tabelamento, pedimos apenas que o custo mínimo operacional seja
respeitado”, reforça Chorão.
A categoria defende também a unificação da alíquota do ICMS, imposto aplicado
pelos Estados sobre os combustíveis, – o que poderia reduzir o preço cobrado
pelo diesel.
“A nossa pauta é mais ampla que o frete (mínimo). O que trará resultado
efetivo para a categoria é um plano de redução do preço do combustível”,
argumenta a liderança.