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Produção industrial cai 0,9% em maio

03/07/2012 17h44 - Atualizado há 12 anos Publicado por: Redação
Produção industrial cai 0,9% em maio

A produção industrial brasileira caiu 0,9% em maio frente a abril, pior do que o esperado pelo mercado e a terceira queda mensal seguida, segundo dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta terça-feira, 3. Na comparação com maio de 2011, a produção diminuiu 4,3%.

 

De acordo com pesquisa da Reuters junto a 17 analistas, a expectativa era de que a produção industrial recuaria 0,7% em maio ante abril. As estimativas variaram de queda de 1% a alta de 0,80%.

Na comparação anual, a expectativa era de queda de 3,3%, sendo que as projeções de queda variaram de 4,30 a 2,20%.

“Os números de maio dizem que o perfil da indústria é de uma queda generalizada por conta de vários fatores”, declarou a jornalistas o economista do IBGE André Macedo.

“Há a entrada de importados, cenário de crise global e seus efeitos na economia, uma perspectiva negativa dos empresários, aumento da inadimplência e um comprometimento da renda das famílias”, afirmou ele, acrescentando que a queda chegou a 2% nos três meses seguidos de queda na produção industrial.

O IBGE informou que houve queda da produção industrial em 14 dos 27 segmentos pesquisados na comparação mensal em maio, com destaque para Veículos automotores, com queda de 4,5%, interrompendo três meses de crescimento acumulado em 22,7%.

“O setor de veículos ainda trabalha com estoques elevados, tanto que reduziu jornada, cortou horas extras e apresentou algumas paradas”, disse Macedo, lembrando que o peso desse segmento é de 10% no indicador geral, com impactos importantes ligados a outras atividades, como tintas, borracha, plástico e metalurgia.

O segmento de Alimentos também mostrou retração em maio, de 3,4%, acumulando perdas de 7,1% em dois meses seguidos de recuo na produção. O IBGE também destacou, como atividades que tiveram desempenho ruim no período, a de Material eletrônico, aparelhos e equipamentos de comunicações (-10,9%), e Calçados e artigos de couro (-5,3%).

Outro dado negativo em maio veio dos bens de capital, ligados ao nível de investimento no país. Entre abril e maio, essa produção caiu 1,8%, e em relação a um ano antes, a queda foi de 12,2%.

Na ponta oposta, o IBGE destacou que houve avanço no segmento de Produtos de metal, com alta de 13,2% no período, revertendo a perda de 6,1% acumulada em três meses de taxas negativas consecutivas.

A atividade de Indústrias extrativas também mostrou crescimento, de 1,5%, enquanto que Borracha e plástico apresentou expansão de 2,6%.

Na comparação com maio de 2011, o IBGE destacou que 17 dos 27 segmentos mostraram recuo na atividade, com destaque para Veículos automotores (16,8%), “pressionado pela queda na produção de aproximadamente 75% dos produtos investigados no setor”.

O IBGE piorou ainda os resultados de abril. Na comparação com março, a queda passou de 0,2 para 0,4%, enquanto que na comparação com um ano antes, a retração passou de 2,9 para 3,5%.

O setor industrial é uma das principais preocupações do governo diante das dificuldades em apresentar sinais de recuperação, atrapalhando um desempenho mais favorável da economia como um todo.

O Banco Central já reduziu sua projeção para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) neste ano de 3,5 para 2,5%, devido à recuperação ainda lenta da atividade e ao cenário internacional ainda conturbado.

E depois de o PIB ter crescido apenas 0,2% no primeiro trimestre deste ano, comparado com os últimos três meses de 2011, a equipe econômica da presidente Dilma Rousseff abandonou a previsão inicial de expansão de 4,5% da economia para este ano e parte dela fala em algo em torno de 3%.

Na segunda-feira, o mercado baixou pela oitava vez sua expectativa de crescimento do PIB de 2,18% para 2,05%, o que se concretizado seria o pior resultado desde 2009, quando a economia encolheu 0,33%.

Preocupado com esse cenário, o governo vem ampliando o arsenal de medidas de estímulo para aumentar o ritmo da atividade. O último pacote anunciado na semana passada contemplou a prorrogação do prazo de vigência da redução do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) para a linha branca, móveis, entre outros.

O IBGE mostrou no segmento de linha branca houve aumento de 8,5% entre maio e o mesmo mês de 2011. No mesmo período, a produção no setor de mobiliário cresceu 22,3%. “As medidas do governo têm alguma influência em nichos e pequenos grupos, mas de uma forma geral, o ritmo de produção é cada vez mais baixo. Os dados positivos são insuficientes para recuperar o setor industrial”, declarou Macedo. (Reportagem adicional de Diogo Ferreira Gomes)

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