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São Carlos abriga mais de 200 startups e inovação frutifica

País conta com mais de 13 mil empresas inovadoras; São Paulo lidera ranking nacional com mais de 4 mil startups

13/09/2021 08h12 - Atualizado há 3 anos Publicado por: Redação
São Carlos abriga mais de 200 startups e inovação frutifica Fotos: Divulgação
Reportagem: Hever Costa Lima

O levantamento feito pelo Report Sanca Hub identificou, por meio de um mapeamento do ecossistema de empreendedorismo, que São Carlos reúne mais de 200 empresas, grupos, iniciativas, pessoas e projetos, geradoras de inovação. O leque de atividades vai da educação à saúde, passando por finanças e segurança pública, inteligência artificial, alimentos, saneamento e gestão pública com a entrega de produtos e serviços inovadores.

O levantamento feito pelo site Startup Base indica que São Paulo conta com 4.007 empresas classificadas como startup, o que coloca o estado como líder no ranking de criação desse modelo de negócio. Minas Gerais configura em segundo lugar com menos da metade de unidades, 1.237. No país, são mais de 13 mil empresas configuradas como inovadoras de tecnologias.

Na cidade, são 49 empresas cadastradas na Associação Brasileira de Startups (Abstartups) que atuam ora na criação de aplicativos para a educação como o Dicionário inFormal – uma ferramenta on-line, no qual os usuários têm participação ativa definindo e classificando as palavras –, ora na inteligência artificial, como a Gryfo criadora da plataforma de biometria facial, e ainda no segmento social como é o caso da plataforma Sigalei, que entrega tecnologia para que os mais diversos grupos sociais e econômicos possam monitorar e influenciar as decisões governamentais.

Nesse universo estão incluídos, por exemplo, o centro de inovação ONOVOLAB que incorpora 70 startups e o Wikilab Coworking que abriga cinco startups, de 12 empresas, o Instituto Inova que conta com 15 empresas residentes. A cidade ainda tem a Trampos S/A Coworking que tem duas startups alocadas.

A lista é maior. No levantamento do Report Sanca Hub, outros 16 espaços configuram como incubadoras de inovação.

Segundo Isabela Calijuri Hamra, Community Manager, ou gerente de comunidade da Wikilab, o espaço conta com startups que atuam nos mais diversos setores, desde telefonia à área de política e relações governamentais, passando pela aviação e linguística. “Gostamos disso, de ter uma comunidade diversificada, que traz conhecimentos e experiências diversas”.

Segundo ela, a cada dia chegam novas empresas de base tecnológica que se identificam com a proposta do Wiki, como um ponto de encontro das startups de São Carlos:  “Formamos uma verdadeira rede de apoio nessa caminhada empreendedora”, disse Isabela.

NOMENCLATURA – Para a gerente e coordenadora de projetos da incubadora Parque Tecnológico de São Carlos (ParqTec) em São Carlos, Jovanka Goulart, a palavra startup é o nome do momento. No entanto, há 36 anos quando a unidade foi criada, a nomenclatura dada era: empresas nascentes de base tecnológica.  “De certa forma traduz o termo em inglês”.

Segundo ela, há um erro muito comum gerado pelo inconsciente coletivo em considerar que startup são empresas só de tecnologia da informação. “Nanotecnologia, biotecnologia, química e agricultura de precisão estão dentro das possibilidades de negócios de uma startup”.

O ParqTec tem incubadas 24 empresas neste momento, todas de base tecnológica que oferecem produto e serviço, ou os dois simultaneamente.

Jovanka explicou que o empresário – a maioria oriunda da UFSCar (Universidade Federal de São Carlos), USP (Universidade de São Paulo) e Unicep – recebe do ParqTec um plano de negócios com um planejamento para dois anos de empresa. Na maioria das vezes essas empresas iniciantes precisam de investimento público, principalmente, as que atuam nas áreas de saúde que precisam de aprovação da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), por exemplo.

Nesta lógica, exemplificou Jovenka, as startups, na maioria das vezes, necessitam do apoio de programas como o  PIPE (Pesquisa Inovativa em Pequenas Empresas)  da FAPESP (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo) como forma de iniciar e se estabelecer no mercado.

VOCAÇÃO – São Carlos tem vocação ao empreendedorismo. Com norte traçado, o Instituto Inova se identificou na reportagem publicada na revista do Estado, direcionada aos gestores públicos, com um espaço que abriga empresas de tecnologia que contribuem com soluções para desafios na produção de alimentos e energia, habitação, saúde, economia criativa, focadas no desenvolvimento econômico e social.

“Um ganho para a cidade é a Coordenadoria de Cidades Inteligentes [braço da Secretaria de Desenvolvimento do Estado], que está alocado na sede do Inova. Ele é um centro de inteligência artificial que apresenta soluções e melhorias para a vida do cidadão com o olhar voltado para as cidades. Todo esse cenário conta com o conhecimento das startups”, relata a presidente do Instituto Inova, Bruna Boa Sorte.

ESTATÍSTICAS – O site da Abstartups mostra que o guarda-chuva do empreendedorismo abriga negócios nos segmentos de Educação, Finanças, Saúde e Bem-estar, Internet, E-commerce, Varejo e Atacado, áreas que mais investem em inovação. A radiografia do ecossistema feita pela entidade indica que no Brasil 73% das startups mapeadas estão nas dez maiores comunidades do país. O termo comunidades é a maneira que o meio identifica os empreendedores da mesma região que se unem para compartilhar aprendizados, ajudando a desenvolver o ecossistema local. São Carlos está em destaque neste ranking.

Balanço 

Setor se manifesta com otimismo diante do Marco Legal das Startups

O segmento de startup ganhou força com a legislação que traz segurança jurídica com o Marco Legal das Startups – Projeto de Lei Complementar, PLP nº146/2019 –, sancionado pelo governo federal. A legislação tem o objetivo de modernizar o ambiente de negócios brasileiro e incentivar o empreendedorismo inovador. O propósito da lei é inflar a produtividade e a competitividade na economia brasileira e de geração de postos de trabalho qualificados, como conceituou o governo federal.

A Associação Brasileira de Startups (Abstartups) disse que como instituição de fomento ao empreendedorismo brasileiro, houve avanços importantes na regulamentação jurídica das startups.  “Participamos desde o início dos diálogos com o governo e o legislativo para a construção de um Marco Legal para Startups. Assim, vemos com bons olhos a implementação da legislação, que traz avanços relevantes para o ecossistema”, afirma o presidente da Abstartups, Felipe Matos.

A carta aberta da associação ainda considera: “A nova lei deixou de abordar pontos de grande importância, insistentemente levantados por agentes do ecossistema, fazendo com que o conteúdo do PLP chegasse ao final da tramitação trazendo melhorias muito aquém do esperado e necessário para o desenvolvimento de todo o potencial das startups brasileiras”.

A Abstartups considera que dentre os temas importantes que ficaram de fora estão os incentivos a investidores-anjo, que ainda enfrentam uma estrutura fiscal inadequada. “Nesse ponto, lamentamos profundamente o veto do artigo que permitia a compensação de perdas na apuração de imposto por parte desses investidores”.

A Abstartups se intitula a maior entidade de representação de startups do país, com mais de 6 mil associados em dez anos de existência. A entidade reúne 31 corporações mantenedoras e 300 curadores voluntários dedicados ao estudo do segmento.

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