Após reunião com Crivella, Ferj e clubes querem volta do Carioca no meio de junho
O futebol no Rio de Janeiro
deve ser o primeiro no Brasil a ter o seu Estadual de volta mesmo em meio à
pandemia do novo coronavírus, que paralisou todas as competições pelo País no
início de março. Em uma reunião entre a prefeitura do Rio de Janeiro, a
Federação de Futebol do Estado do Rio de Janeiro (Ferj) e 14 dos 16 clubes que
disputam o Campeonato Carioca – apenas Fluminense e Botafogo não enviaram representante
-, debateram um plano para que o torneio seja retomado no meio de junho.
Em nota oficial, a Ferj comunicou que se reuniu
no Riocentro, na zona oeste do Rio de Janeiro, com Marcelo Crivella e com
dirigentes de América, Americano, Bangu, Boavista, Cabofriense, Madureira,
Portuguesa, Macaé, Nova Iguaçu, Flamengo, Vasco, Volta Redonda, Friburguense e
Resende.
“O prefeito revelou que o Comitê Científico
classificou como irrepreensível o Protocolo Jogo Seguro de retorno aos
treinamentos, produzido pela Ferj e os médicos. Houve entendimento de que, sob
a orientação e acompanhamento dos clubes, os jogadores estão mais bem cuidados
e em maior segurança”, informou a entidade.
Ainda no texto, a Ferj diz que existe a
“previsão de volta do futebol possivelmente para meados de junho, mas sem
público, e os clubes devem progredir, passo a passo, com fase de avaliação
clínica, testes físicos, exercícios de reabilitação dos efeitos da inatividade
muscular e atividades de recuperação da capacidade laborativa”.
Marcelo Crivella e o presidente da Ferj, Rubens
Lopes, devem se manifestar apenas nesta segunda-feira (25), quando uma nova
reunião, desta vez na sede da entidade, será realizada. “Conforme
combinado, novas reuniões deverão ocorrer para troca de informações, reavaliação
e ajustes de diretrizes”, encerrou a nota oficial.
A Ferj enviou um edital de convocação aos clubes
para uma reunião virtual nesta segunda-feira (25) às 15 horas. Pelo documento,
os temas debatidos serão: protocolo “Jogo Seguro” (fase 2); registro
de novos contratos e prazo reduzido; condição de jogo; intervalo mínimo entre
as partidas; mandos de campo; jogos fora do Estado do Rio de Janeiro; e outros
assuntos pertinentes às partidas complementares do Campeonato Carioca passíveis
de discussão por decisão preliminar favorável da maioria.
FLU E BOTA – Inicialmente, o encontro teria a
presença de todos os times do Campeonato Carioca. Mas Fluminense e Botafogo,
que já se manifestaram contrários à retomada das atividades em meio à pandemia
da covid-19, não enviaram representantes.
Em nota oficial, o clube tricolor disse não ter
recebido convite formal para a reunião e informou que “optou por manter-se
apenas em observação, sem que isso signifique qualquer posicionamento em
relação à reunião, pois dela não tem informações”. “A decisão de
somente voltar ao futebol quando as autoridades de saúde emitirem parecer
respaldado pela comunidade científica autorizando a volta dos treinos
presenciais e jogos, com indicações claras de procedimentos e normas está
mantida”, afirmou.
No Botafogo, o presidente Nelson Mufarrej
criticou a realização da reunião de forma presencial no momento de auge da
crise causada pelo novo coronavírus. “Não era necessário expor nossa
diretoria aos riscos de sair de casa para participar, seria até incoerente com
o nosso discurso”, disse.
“Reafirmamos não ser o momento para voltar
a ter treinos presenciais. O futebol é um instrumento de altíssimo impacto e
repercussão social. Passar essa imagem de retorno imediato, no auge da crise,
de mortes, com a curva ainda em ascensão, é estar em desconexão com a
realidade. Além de desumana é insensível do ponto de vista interno, com nossos
atletas, comissão técnica, funcionários e seus familiares. Vai chegar a hora de
voltarmos, mas não será agora”, informou o Botafogo.