Brasil abre Copa América sem encantar, mas com vitória
A Seleção
Brasileira fez na noite da última sexta-feira, 14, um jogo tranquilo, porém
longe de encantador diante da Bolívia, na estreia da equipe na Copa América de
2019, no estádio do Morumbi. Em um duelo que deixou a desejar tanto dentro
quanto fora de campo, com uma passividade impressionante dos torcedores presentes
no local, Philippe Coutinho, em pênalti dado pelo VAR e em cabeçada sem
goleiro, fez os gols que deram tranquilidade. Everton, já no fim, assegurou o 3
a 0.
O resultado deixa a equipe, vaiada ao final do primeiro tempo e aplaudida no
encerramento do jogo, na liderança do Grupo A, naturalmente, ainda à espera da
outra partida da chave.
Os comandados de Tite agora terão a missão de encarar a equipe da Venezuela, na
terça-feira, às 21h30 (de Brasília), em Salvador, na Arena Fonte Nova. Os
bolivianos, por outro lado, encaram o Peru pouco antes, às 18h30 (de Brasília)
da terça-feira, no Maracanã.
Brasil começa bem, mas
cai no ritmo da torcida – O
Brasil começou a partida empolgado com o Hino Nacional e a possibilidade de
encarar uma equipe muito inferior tecnicamente, quase abrindo o placar no
primeiro lance de perigo, com Richarlison, em desvio na segunda trave após
escanteio defendido por Lampe. Ainda que a marcação seguisse alta e os donos da
casa continuassem com o domínio territorial, porém, o que se viu dali em diante
refletiu o silêncio que emanava das arquibancadas.
Assim que o apito inicial saiu o público fez um silêncio impressionante para
quem está acostumado a acompanhar jogos profissionais da elite do futebol.
Conversas entre aficionados eram audíveis e qualquer berro ecoava. Sem qualquer
cenário que remetesse a um duelo de suma importância, os jogadores não
imprimiram pressão depois dos 15 minutos. Fernandinho, escalado como titular
pelo meio, pareceu sem função tanto na marcação quanto na criação.
A Seleção conseguiu algumas escapadas pelo lado direito com Richarlison, mas o
atacante não teve a calma necessária para fazer os lances se transformarem em
gol. A Bolívia chegou a ameaçar em escapadas de Raúl Castro e Marcelo Moreno,
mas se manteve bem postada na defesa. Ao final do primeiro tempo, algo
previsível se confirmou: vaias da galera para uma decepcionante atuação da
equipe.
Brasil resolve rápido na volta
– O Brasil voltou para o segundo tempo apostando na mesma pressão e conseguiu
frutos logo de cara. Depois de chute de Richarlison dentro da área, a bola
bateu na mão de Jusino. O VAR avisou o lance a Nestor Pitana, que apontou
pênalti bem cobrado por Coutinho. Dois minutos depois de abrir o placar, o
mesmo Coutinho aproveitou cruzamento perfeito de Firmino e desviou para o gol
de Lampe para ampliar.
Buscando manter vivo o bom momento e aproveitando o carinho da torcida
paulistana por Gabriel Jesus, Tite mandou a campo o atleta do Manchester City
na vaga de Roberto Firmino. O ex-palmeirense quase conseguiu aumentar a
diferença no placar quando recebeu bola na entrada da área e chutou, mas viu a
zaga desviar. Pouco depois, deu lindo drible, chegou à linha de fundo e cruzou
rasteiro, parando em defesa segura de Lampe.
O jogo havia diminuído o ritmo quando Tite mandou um dos poucos jogadores que
atuam no país a campo: Everton. O Cebolinha, como o próprio treinador faz
questão de chamar, tratou de aproveitar a chance: Puxou bons ataques e deixou
sua marca ao limpar a marcação pela esquerda, ajeitar e mandar forte, no canto
direito. Lampe nem se mexeu e foi um espectador de luxo para o lance mais
bonito do jogo.