Djokovic e Murray se preparam para confronto familiar
Após uma quinzena de chaves surpreendentes, eliminações chocantes e joelhos machucados, a final masculina entre Novak Djokovic e Andy Murray trouxe ares de inevitabilidade para a quadra central de Wimbledon.
Pela terceira vez nos quatro últimos Grand Slams, os dois tenistas, nascidos com um semana de diferença e cujas carreiras seguiram a mesma trajetória, disputarão um dos mais importantes prêmios da modalidade.
A rivalidade entre eles está ultrapassando rapidamente aquela entre o mestre suíço Roger Federer e o aguerrido espanhol Rafael Nadal, cujas derrotas precoces no torneio já estão sendo esquecidas.
Número um do mundo, Djokovic lidera o placar com 11 vitórias e sete derrotas, mas ele e Murray jamais se enfrentaram em Wimbledon, e apesar do único título do sérvio no torneio inglês em 2011, Murray é visto por muitos como melhor na grama, ainda que por uma pequena margem.
Ele derrotou Djokovic na semi-final da Olimpíada no ano passado, conquistando o ouro contra Federer.
A conquista inédita despertou o melhor do escocês de 26 anos, e poucos meses depois ele obteve seu primeiro troféu de Grand Slam ao enfrentar Djokovic em uma emocionante final no Aberto dos Estados Unidos.
Murray perdeu a final do Aberto da Austrália para Djokovic este ano, mas agora joga em casa pelo segundo ano consecutivo, e está a uma vitória de encerrar a espera de 77 anos para a Grã-Bretanha conquistar o campeonato masculino de Wimbledon.
A derrota para Federer na decisão do ano passado foi um divisor de águas para Murray. Ele mesmo disse esta semana que 12 meses atrás estava feliz por estar na final, e que agora espera vencer.
“Posso acordar no domingo e estar inacreditavelmente nervoso, mais nervoso do que jamais estive”, disse Murray depois de chegar à sua sétima disputa de Grand Slam ao derrotar o polonês Jerzy Janowicz na semi-final de sexta-feira. “Mas espero não estar”.
Murray vem de uma sequência de 17 vitórias na grama, mas Djokovic representa o mais formidável dos obstáculos.
Um dos maiores rebatedores que o esporte já viu, o vencedor de seis Grand Slams chegou entre os quatro melhores em velocidade de cruzeiro, mas precisou de cada peça da engrenagem para dobrar o magnífico Juan Martin del Potro na mais longa semi já disputada no All England Club, que sedia o evento.
“Não é minha primeira vez nesta situação”, declarou Djokovic, que chegou à sua 11ª final de Grand Slam.
“Na verdade já estive em situações piores, como no Aberto da Austrália de 2012, ou em algumas ocasiões nas quais consegui me recuperar, conquistar o título, me sentir renovado e jogar por mais seis horas”. “Estou pronto e ansioso por isso”.