Final da Copa São Paulo vai marcar início da nova fase no Pacaembu
A
partir de sábado (25), o estádio do Pacaembu deixará de ser
administrado pela Prefeitura de São Paulo e ficará sob
responsabilidade do consórcio Allegra, que pagou R$ 115 milhões
pelo direito de gerir o local pelos próximos 35 anos. Neste dia,
será realizada a decisão da Copa São Paulo de Futebol Júnior.
A
final é considerada a transição do comando do estádio do poder
público para a concessionária. Porém, o torneio é de
responsabilidade da Federação Paulista de Futebol e acontecerá nos
mesmos moldes dos anos anteriores.
O início da nova gestão
começa com a tentativa de entender a demanda dos clubes sem alterar
radicalmente o modelo de negócios da concessionária. Quando um
clube jogar no Pacaembu, a empresa pretende alugar para ele somente o
campo e ficar responsável por toda a infraestrutura, faturando com
os serviços no estádio.
A expectativa da Allegra era iniciar
os trabalhos de fato no domingo (26), com o clássico entre Palmeiras
e São Paulo pela segunda rodada do Campeonato Paulista. Os diretores
da concessionária se reuniram com os palmeirenses, mandantes da
partida, nas últimas semanas, mas não houve acordo. Na última
quinta-feira (16), a FPF confirmou que o clássico será em
Araraquara (SP), no estádio da Fonte Luminosa.
Ninguém da
concessionária nem do Palmeiras comenta detalhes dos encontros. Não
houve desavença, tanto que o time alviverde confirmou que mandará
no Pacaembu o jogo com o Oeste, dia 29, pela terceira rodada do
Estadual.
Santos e São Paulo são as equipes que também devem
utilizar o Pacaembu. Por enquanto, segundo o site da FPF, ainda não
há nenhuma partida desses clubes programada para o local. A intenção
da Allegra, ao alugar o Pacaembu, é manter valores próximos ao que
já eram cobrados pela Prefeitura, mas com a exploração dos
serviços.
O Palmeiras não aceitou mandar o clássico no
Pacaembu porque não abre mão de ganhar também com a venda de
comidas e bebidas. A Allegra está disposta a dialogar e não limitar
o lucro dos clubes à arrecadação da bilheteria. Ainda não há uma
definição de como será o novo modelo de aluguel a ser proposto
pela nova concessionária.
Em 2019, o valor máximo de aluguel
do estádio era de R$ 80.295 para jogos diurnos, ou 12% da receita
bruta – o que fosse menor. Para partidas noturnas, a porcentagem
subia para 15% da receita bruta ou um máximo de R$ 100.352. Os
valores mínimos eram, respectivamente, de R$ 35.259 e R$
36.613.
FATURAMENTO
EM 2019 –
No ano passado, a Prefeitura arrecadou R$ 1,6 milhão com o aluguel
do Pacaembu, segundo levantamento feito pelo Estado, de acordo com o
boletim financeiro das partidas. O Palmeiras e o São Paulo mandaram
sete jogos cada um no estádio e o Santos, dez partidas. Ou seja, o
município recebeu uma média de R$ 69.800 por jogo.
O Palmeiras
foi quem mais pagou para jogar no Pacaembu na temporada passada: R$
671.929,38. Dos sete jogos que fez, em cinco gastou o teto de R$
100.352. O São Paulo atingiu o teto somente em uma partida, na
estreia do Paulistão contra o Mirassol. Pagou no total R$
413.980,29.
O Santos desembolsou R$ 589.828,37. Por duas vezes
atingiu o teto e em uma das ocasiões atuou com portões fechados,
pagando o valor mínimo para jogos noturnos de R$ 36.613.
A
concessão para a Allegra Pacaembu foi assinada em setembro do ano
passado e compreende todas as instalações: o estádio, a piscina,
as quadras de tênis, o estacionamento e o ginásio poliesportivo. O
Museu do Futebol, que funciona embaixo das arquibancadas, e a Praça
Charles Miller ainda serão administrados pelo município.
Em
entrevista ao Estado dias após a assinatura da concessão, Eduardo
Barella, líder do consórcio, prometeu um salto financeiro. “Nossa
expectativa é que, a partir do terceiro ano de uso, o Pacaembu tenha
uma receita superior a R$ 100 milhões”, comentou na ocasião.
Ainda não há uma previsão de quando as obras no estádio devem
começar. A expectativa é que o novo Pacaembu seja inaugurado em
julho de 2022.