Jogadora do Palmeiras vê adiamento dos Jogos como “melhor a ser feito”
Testada na Seleção, lateral Isabella é observada para Olimpíada
O adiamento da Olimpíada de Tóquio (Japão) para 2021 em
razão da pandemia do novo coronavírus (covid-19) coloca mais um desafio na
remontagem do planejamento da seleção feminina de futebol, que já tinha sido
afetado pelo cancelamento da data Fifa – período liberado no calendário para
jogos entre países – de 6 e 14 de abril. Na ocasião, as comandadas de Pia
Sundhage enfrentariam Costa Rica e Estados Unidos.
“Acredito que é um pouco chato para os atletas essa questão de adiar (os
Jogos) para o ano que vem, mas, o melhor a ser feito agora é cada um se cuidar.
Preocupar não só consigo, mas com o próximo. Fazer sua parte para, no ano que
vem, a Olimpíada ocorrer da melhor maneira possível”, afirma
à Agência Brasil a lateral-direita Isabella, uma das jogadoras
observadas pela treinadora sueca para a Seleção que brigará pelo inédito ouro
olímpico – agora em 2021.
Convocada pela primeira vez para dois amistosos contra o México, em dezembro do
ano passado, a lateral do Palmeiras foi titular na segunda partida e
fez o cruzamento para o terceiro gol brasileiro, marcado pela atacante
Cristiane, na goleada por 4 a 0 em Araraquara (SP). Para o Torneio
Internacional da França, porém, Pia chamou somente Letícia Santos, do Frankfurt
(Alemanha), testando a volante e capitã Luana, do Paris Saint Germain
(França), e a zagueira Antônia, do Madrid (Espanha) no setor.
Durante a competição amistosa, Letícia sofreu uma lesão no ligamento do joelho
direito na derrota por 1 a 0 para a França – que, a princípio, deixaria
a lateral fora da Olimpíada, já que a previsão é de que ela fique
fora de ação por seis meses. Com o adiamento dos Jogos para o ano que vem,
a jogadora deve voltar aos planos para Tóquio.
Quarentena sem folga
Com o futebol feminino parado, assim como outras modalidades, as atletas vêm
tentando manter a forma com atividades em casa. Em ambiente externo, só se
estiver deserto. “Para vocês verem, a rua é só minha. Estou sozinha.
Fiquem em casa”, diz a atacante Andressa Alves, da Roma (Itália), em vídeo
publicado na ferramenta Stories, do Instagram, indicando a via onde estava
na ocasião da gravação, na zona leste de São Paulo.
Às vezes, o treino reúne até a família. Hoje centroavante do Santos,
Cristiane, por exemplo, tem mostrado nas redes sociais as atividades diárias ao
lado da irmã. Já Isabella, que realiza uma programação de treinos estabelecida
pelo Palmeiras durante o período de isolamento, colocou pais e irmãos para se
exercitarem junto dela.
A comissão técnica da seleção feminina, por sua vez, começou a realizar
videoconferências para manter contato com as atletas. “Fizemos uma reunião
para manter a rotina de trabalho. As palavras-chave são atuar em conjunto,
manter o foco e acompanhar as jogadoras. Faremos reuniões técnicas e táticas
com elas e também teremos alguns encontros virtuais focados nos aspectos
físicos e mentais”, explica Pia Sundhage ao site oficial da Confederação
Brasileira de Futebol (CBF).
“Entramos em contato com os preparadores físicos dos clubes para saber o
que orientaram em relação a treinamentos e, de maneira conjunta, fazermos o
melhor trabalho possível para as atletas. Criamos um questionário que elas
(jogadoras) responderão diariamente em relação ao treino que estão fazendo em
casa, peso e como estão se sentido de uma forma geral. O objetivo
é ter um monitoramento detalhado de cada uma”, completa o
preparador físico Fábio Guerreiro, da comissão de Pia.