Julgamento de vice foragido é adiado de novo

O julgamento do foragido vice-presidente iraquiano Tareq al Hashemi, acusado de comandar esquadrões da morte, foi adiado nesta quinta-feira, 10, pela segunda vez, enquanto o político continua refugiado na Turquia, e seu caso provoca uma crise no governo multissectário do país.
Hashemi, dirigente sunita do bloco parlamentar Iraqiya, fugiu de Bagdá em dezembro, quando o primeiro-ministro Nuri al Maliki, xiita, determinou sua prisão, dias depois da retirada dos últimos soldados norte-americanos do país.
O vice-presidente é procurado pela Interpol por acusações de homicídio, que ele nega. O Iraqiya se diz vítima de uma perseguição movida por Maliki para consolidar seu poder.
Advogados de Hashemi querem que ele seja julgado num fórum especial, e afirmam que a investigação está repleta de erros judiciais. Eles apresentaram um recurso à Corte Federal do Iraque, que determinou que o processo seja retomado em 15 de maio.
A crise envolvendo Hashemi ameaça abalar a delicada partilha de poderes entre xiitas, sunitas e curdos no Iraque, e gera temores de uma reabertura do conflito sectário que dominou o país em 2006/07.
Líderes do país marcaram uma conferência nacional para tentar resolver suas divergências, mas alguns críticos de Maliki dizem que tentarão aprovar uma moção de censura parlamentar ao líder xiita.