Parlamento retirará a confiança no governo

O Parlamento egípcio aprovou neste domingo, 11, o início do processo para retirar o voto de confiança no governo nomeado pelos militares, uma decisão que vai aumentar a pressão para os generais nomearem um novo gabinete, dessa vez liderado pela Irmandade Muçulmana.
Um voto de desconfiança poderia provocar conflitos, se os generais, que assumiram o poder depois da queda de Hosni Mubarak no ano passado, se recusarem a seguir a decisão de uma legislatura escolhida na eleição mais democrática do país em seis décadas.
Uma crise poderia complicar a negociação com o Fundo Monetário Internacional (FMI) para um empréstimo de 3,2 bilhões de dólares. O governo do primeiro-ministro Kamal al-Ganzouri busca com a ajuda conter as dificuldades financeiras, depois de mais de um ano de turbulência política e econômica no Egito.
Os parlamentares criticaram o governo durante uma sessão chamada para debater um inquérito sobre grupos da sociedade civil.
O governo também foi criticado por conta dos problemas econômicos e pela forma como lidou com os protestos depois do jogo de futebolem Porto Said,em fevereiro. Conflitosdurante a partida deixaram 73 mortos.
O presidente do Parlamento, Saad al-Katatni, integrante do partido da Irmandade Muçulmana, defendeu o voto a favor da ideia de se iniciar um processo para um voto de desconfiança contra governo. Quase todos os parlamentares votaram a favor da ideia.
Ministros do governo não voltaram para o resto da sessão. Katatni suspendeu a reunião e alertou os governistas a não obstruírem o trabalho parlamentar.