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Galeria dos Grandes Mestres: Dino Franco

28/09/2012 19h08 - Atualizado há 12 anos Publicado por: Redação
Galeria dos Grandes Mestres: Dino Franco

A Galeria dos Grandes Mestres homenageia um dos maiores ícones da nossa música sertaneja caipira do Brasil: o cantor e compositor Dino Franco.

Quem não conhece estes versos: “Paineira velha abandonada/ Lá na estrada de meu sertão…”

“Como é bonito estender-se no verão/ As cortinas do sertão na varanda das manhãs…”

 

UM POUCO DA SUA HISTÓRIA

Osvaldo Franco (Dino Franco) nasceu em 8 de setembro de 1936, na cidade de paulista de Paranapanema. Sua paixão pela música começou desde a sua infância, quando já ouvia os grandes ídolos da música sertaneja: Tonico e Tinoco, Palmeira e Luizinho, Torres e Florêncio, entre outros. Aos 12 anos trocou a enxada pela carreira artística. 

No ano de 1949, começou a cantar na Rádio Marconi, em Paraguaçu Paulista com seu irmão Adão com quem ele formou a primeira dupla que se chamava “Franco e Franquinho”. Depois formou dupla com o outro irmão, que era “Osvaldo e Osvaldinho”. 

Apresentava um repertório constituído essencialmente pelas músicas de seus ídolos. Exibia-se ainda em circos e festivais de música na região. Em 1956, mudou-se para São Paulo e logo em seguida, usando o nome artístico de Pirassununga, passou a atuar com Tibagi – que desfizera sua dupla com Zé Marciano e que depois formaria famosa dupla com Miltinho – e a quem conhecera no interior. 

Surgiu então a dupla Tibagi e Pirassununga, que passou a apresentar-se na Rádio Nacional de São Paulo em programa diário de 15 minutos, que ia ao ar às 19 horas. Na mesma época, a dupla foi contratada pela RCA e lançou o xote “Peão de Minas”, de Zé Claudino e Anacleto Rosas, e a rancheira “Falsos Carinhos”, de Pirassununga e Benedito Seviero. A dupla atuou durante três anos com bastante sucesso, desfazendo-se em fins dos anos 1950. 

Em 1960, adotou o nome artístico de Junqueira e formou dupla com Juquinha. A dupla gravou 11 discos em 78 rotações, interpretando, entre outras, o xote “Mineiro não perde trem” e a canção rancheira “Cela fria”, as duas de Silveira e Junqueira; a cana-verde “Moça Linda”, de Lourival dos Santos e Piraci; e o tango “Traidor”, de Piraci e Jeca Mineiro. A dupla teve um programa na Rádio Tupi paulista e durou cerca de três anos. 

Ao longo dos anos 1960, formou duplas com outros 15 parceiros, entre os quais: Biá, Belmonte e Piratininga. Atuou também durante algum tempo sozinho quando gravou músicas mexicanas, gaúchas e folclóricas. Produziu e apresentou peças de teatro com Liu e Léo, Abel e Caim e Zico e Zeca. Ainda em 1961, com o pseudônimo de Pirassununga, em parceria com Piratininga (Nelson Martins), gravou “Dança da Chula”, de Arlindo Pinto e Zé Cupido, e “Tafuleira”, de Ado Benatti e Marinho. 

Em 1962, a dupla Pirassununga e Piratininga gravou outro 78 RPM para a CBS com “Aventureira”, dele e “Capricho do destino”, de sua autoria e Braz Hernández. No ano seguinte, a mesma dupla lançou dois discos: “Cuidado Moço”, de Arlindo Pinto e Zé Cupido, e “Somos alguém”, de Pirassununga e Piratininga. 

Em 1964, a dupla se desfez com a morte de Piratininga. Logo depois, formou dupla com Belmonte (da dupla Belmonte e Amaraí). A nova dupla gravou pela Chantecler “A fronha”, de Belmonte e Anacleto Rosas Júnior, e “Coração de fera”, de autoria da dupla. 

Em 1965, mudou seu pseudônimo para Junqueira, formando dupla com José Duarte da Costa. Junqueira e Juquinha gravaram “Retrato do boi soberano”, de autoria da própria dupla e “Mineiro não perde o trem”, de Juquinha e Silveira. 

Em 1966, foi campeão do festival de música sertaneja da Rádio Nacional. Na época morava em Goiás e apresentou na cidade goiana de Anicuns a composição “Natureza”, defendida pela dupla Abel e Caim. Venceu outro festival com a música “Casa pobre”, defendida pela dupla Matogrosso e Mathias. 

Em 1968, assumiu o nome artístico de Dino Franco e gravou sozinho o LP “Rincão Gaúcho”, título de uma das faixas, de sua autoria com Zico. Entre 1971 e 1972, excursionou por diversas cidades, compondo nesse período, um de seus maiores sucessos, “O sertanejo é um forte”, com Ari Guardião. 

Ainda em 1972, foi contratado como produtor e diretor sertanejo pela gravadora Chantecler. Em seguida, formou dupla com Mouraí, sendo os pioneiros em regravações de grandes sucessos como “Sertaneja”, “A volta do Caboclo”, entre outros. Fizeram shows por todo o Brasil, interpretando canções como “Minha Mensagem”, uma moda ecológica de sua autoria e Nhô Chico, “Família do Interior” e outras. A dupla gravou cerca de 10 LPs, cultivando o estilo raiz, sem desprezar guarânias, boleros, polcas e querumanas. 

Em 1980, compôs com José Rico “Filho de Ninguém” e “Berço de Deus”, gravadas na Chantecler pela dupla Milionário e José Rico, músicas que fizeram parte da trilha sonora do filme “Estrada da Vida”. 

Em 1984, teve a música “Pousada de Boiadeiro”, com Tião Carreiro gravada no LP “Modas de Viola Classe A”, da dupla Tião Carreiro e Pardinho. Em 1987, teve as músicas “Velho pouso de boiada”, com Índio Vago e “Amor e Saudade”, com José Milton Faleiros, gravadas por Sérgio Reis. 

Nos anos 1990, formou dupla com Mouraí com quem gravou cerca de 10 discos. Em 1998, teve a música “Amargurado”, com Tião Carreiro, relançada no disco “Sucessos de Ouro”, da dupla Tião Carreiro e Pardinho. Teve diversas composições gravadas com sucesso pela dupla Liu e Léo, entre as quais: “Meu ranchinho”, com Sebastião Victor; “Derradeira morada”; “Mágoa”; “Rei da capa”; “Ingrata”; “Retrato do boi soberano”; “Um pouco de minha vida” e “Paineira velha”, esta última, em parceria com Juquinha. Teve ainda sucessos gravados pela dupla Lourenço e Lourival, como: “A sementinha”, com Itapuã; “Minha infância”; “O Preço da Mentira”, com Tuta e “As três namoradas”, com José Fortuna. 

Em 2000, teve a música “Cheiro de relva”, com José Fortuna, gravada por Daniel no CD “Meu reino Encantado I”. Em 2004, compôs a música “Fronteira” especialmente para o CD de lançamento da dupla Denis e Fabiano. Em 2005, para comemorar os 50 anos de carreira, gravou um CD pela gravadora Atração que contou com a participação de diversos artistas.

Possui ainda cerca de 500 letras de músicas inéditas. Em 2011, teve a sua música, “Amargurado” (com Tião Carreiro) regravada pela cantora e compositora Paula Fernandes, no DVD “Paula Fernandes ao vivo”, lançado pela Universal Music. O álbum ultrapassou a marca de 700 mil cópias vendidas.

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