João Mulato, ícone da música sertaneja, morre em Bauru
Ícone do sertanejo raiz, o cantor foi diagnosticado com câncer e estava internado no Hospital Estadual
Wilson Leôncio de
Melo, conhecido nacionalmente como “João Mulato”, morreu, na manhã
desta última segunda-feira (20), por conta de um câncer generalizado. O cantor
estava internado no Hospital Estadual de Bauru desde a última sexta-feira
(17). De acordo com a certidão de nascimento, o cantor tinha 69 anos, mas
Wikipedia e grupos de sertanejo raiz, divulgam que seria 72 anos.
João Mulato nasceu em Passos (MG), mas morava em Bauru há 12 anos, no Parque
Paulistano. O cantor descobriu a doença há um ano, aproximadamente. Desde
então, vinha fazendo as sessões de quimioterapia para o tratamento.
No entanto, o quadro piorou na última sexta-feira e a internação foi
necessária. “Ele não conseguia nem tocar”, relata Daniella da Silva
Leôncio de Melo, 34 anos, filha do cantor.
Ela conta ainda que seu pai, João Mulato, não tinha muito estudo e que a
maioria das letras de suas canções foi escrita por ele. “Um ídolo. O
admirei até o último dia. Tivemos nossas diferenças como pai e filha, mas o
respeito foi mútuo. Ele era artista e seus únicos e grandes amores foram a
viola e a música, as quais ele se dedicou. Não admitiu erros. Por isso, suas
músicas foram marcantes e seus arranjos, inesquecíveis”, finaliza.
Oneir Caçador, amigo do cantor há 40 anos e apresentador de um programa
sertanejo, conta que João era perfeccionista e chegou a gravar cinco vezes a
mesma entrevista. “Ele levava a sério a música sertaneja, um líder no
segmento. Era tímido, falava pouco, mas representava uma grande bandeira da
música raiz. Perdemos um grande pedaço (…) da música sertaneja”, conta.
Ícone do sertanejo raiz e conhecido por ser o primeiro violeiro canhoto a
inverter a sequência das notas na viola caipira, João Mulato começou a sua
carreira em 1970, ao lado de Domingos Miguel dos Santos, o Bambico, seu
primeiro parceiro. O cantor já tocou ao lado de grandes nomes como Tião
Carreiro, Tonico & Tinoco, Pardinho, entre outros.
Suas últimas gravações foram ao lado de Douradinho, com quem acumulou mais de
30 anos de carreira e lançou seu último álbum “Tudo a ver”, em 2012.