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O metacapitalismo encarnado?

25/04/2017 11h18 - Atualizado há 7 anos Publicado por: Redação
O metacapitalismo encarnado?

Muitas pessoas observam abismadas as relações que o PT teve com a Odebrecht e, ignorantes a respeito de como os movimentos socialistas e comunistas funcionam de fato, concluem: “O PT abandonou seus ideais! Seus líderes não são de esquerda! Lula não é de esquerda!”. 

Talvez uma resposta esteja no artigo “História de quinze séculos”, publicado em 2004, ou seja, 13 anos atrás. Nele, o filósofo Olavo de Carvalho explicou o fenômeno que chamou de metacapitalismo. Segundo ele, as estruturas de poder ligadas à origem do capitalismo (o liberalismo burguês) duram pouco, pois “um século de liberdade econômica e política é suficiente para tornar alguns capitalistas tão formidavelmente ricos que eles já não querem submeter-se às veleidades do mercado que os enriqueceu”. 

O que eles querem? Querem controlá-lo. “E os instrumentos para isso são três: o domínio do Estado, para a implantação das políticas estatistas necessárias à eternização do oligopólio; o estímulo aos movimentos socialistas e comunistas que invariavelmente favorecem o crescimento do poder estatal; e a arregimentação de um exército de intelectuais que preparem a opinião pública para dizer adeus às liberdades burguesas e entrar alegremente num mundo de repressão onipresente e obsedante (estendendo-se até aos últimos detalhe da vida privada e da linguagem cotidiana), apresentado como um paraíso adornado ao mesmo tempo com a abundância do capitalismo e a “justiça social” do comunismo”. 

E conclui: “Com isso, os megacapitalistas mudam a base mesma do seu poder. Já não se apoiam na riqueza enquanto tal, mas no controle do processo político-social. Controle que, libertando-os da exposição aventurosa às flutuações do mercado, faz deles um poder dinástico durável, uma neo-aristocracia capaz de atravessar incólume as variações da fortuna e a sucessão das gerações, abrigada no castelo-forte do Estado e dos organismos internacionais. Já não são megacapitalistas: são metacapitalistas – a classe que transcendeu o capitalismo e o transformou no único socialismo que algum dia existiu ou existirá: o socialismo dos grão-senhores e dos engenheiros sociais a seu serviço”. 

Seria a Odebrecht uma encarnação do metacapitalismo? 

 

 

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