Pois a reforma trabalhista passou
Mais de 80% das brasileiras e brasileiros eram contra, o Ministério Público do Trabalho era contra, a Justiça do Trabalho contra, a OIT(Organização Internacional do Trabalho)condenou dizendo que a reforma viola regras internacionais do trabalho, os sindicatos lutaram contra, mas afinal, quem é que entende mais de regulação do trabalho? 296 deputados acham que são eles, junto com 50 senadores, e claro, os patrões representados por esses numerosos parlamentares, que foram maioria a ponto de aprovar a proposta do governo que destrói as garantias dos trabalhadores no Brasil, e mais, sem debates ou emendas.
Mas afinal, tem tanto patrão assim pra eleger a maioria do Congresso? Claro que não, mas os patrões tem dinheiro, quem tem voto somos nós trabalhadores.
Ok, mas também estou achando que a conta não fecha. Deputado e senador são eleitos com voto ou dinheiro? Vota pra representar quem votou nele ou quem pagou sua campanha?
Bem, a resposta se eu der, acabo respondendo a uma dúzia de processos, mas o certo é que é melhor pensar direito em quem votar, quando houver eleição. O deputado mais votado na cidade, Lobbe Neto, votou a favar da urgência e do texto do projeto, os três senadores de São Paulo também aprovaram.
E novamente, os incautos fiquem tranquilos, o fim do imposto sindical será vetado e o presidente ilegítimo proporá medidas que garantem o financiamento dos sindicatos.
Para quem não é patrão e acha que flexibilizar é bom, os poderes do sindicato para assinar acordos crescem e podem inclusive reduzir direitos a partir da vigência da reforma, a lei, bem como o acesso à Justiça, foram “flexibilizados”, tudo segundo interesse e a defesa dos patrões.
Mais do que nunca a única saída é luta e organização dos trabalhadores.
Bem vindo ao passado, bem próximo à suposta abolição da escravatura.