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“Anjos do Asfalto”: 65 anos de Policiamento Rodoviário

11/01/2013 21h32 - Atualizado há 11 anos Publicado por: Redação
“Anjos do Asfalto”: 65 anos de Policiamento Rodoviário

Quando essa estrofe tocava, seja nos anos 60 ou 70, a maior parte das famílias brasileiras ia para frente da televisão acompanhar as aventuras do vigilante rodoviário Carlos e seu inseparável cão Lobo.

 

A série, exibida pela primeira vez há mais de 50 anos, mostra o trabalho de uma das equipes mais importantes nas estradas de São Paulo: o Policiamento Rodoviário.

Por meio de um decreto, datado de 10 de janeiro de 1948, assinado pelo então governador do Estado, Ademar Pereira de Barros, foi criado o Grupo Especial de Polícia Rodoviária. A equipe era um segmento especial da Polícia Militar (chamada, na época, de Força Pública), e tinha como objetivo atuar nas estradas e rodovias do Estado, prevenindo crimes.

“Além da fiscalização do trânsito, nosso trabalho é combater a criminalidade na malha rodoviária de São Paulo. São aproximadamente 22 mil quilômetros de estradas, onde atuamos através da fiscalização e combate ao excesso de velocidade, ultrapassagens indevidas, alcoolemia [embriaguez], além de campanhas educacionais e condução responsável de motocicletas”, diz o coronel Hélio Verza Filho, comandante do Policiamento Rodoviário.

Os “Anjos do Asfalto” de São Paulo comemoraram o aniversário de 65 anos da corporação nesta quinta feira, 10.

 

Da tela para as ruas

Lançada em 3 de janeiro de 1962, na extinta TV Tupi, a série contava a história do vigilante rodoviário Carlos, que patrulhava as rodovias do estado na companhia do pastor alemão Lobo.

O seriado tornou-se um sucesso, não apenas pela forma de filmagem, utilizando a película de cinema – técnica até então inédita no Brasil –, mas principalmente pela simpatia que o grupo, os então chamados de vigilantes rodoviários, exercia sobre a população.

Carlos Eduardo Miranda, que fazia o papel do protagonista, gostou tanto de atuar como vigilante que, após terminar a série, entrou na Academia de Polícia Militar do Barro Branco (APMBB) e tornou-se um patrulheiro de verdade.

O ator se transformou em seu personagem. Miranda seguiu carreira dentro do policiamento rodoviário, chegando ao posto de tenente-coronel, e não se arrepende da escolha. “Eu, que comecei cantando em um circo, hoje sou um símbolo entre as polícias rodoviárias do país. Não trocaria o que vivi, e ainda vivo, na PM, por nada. É uma satisfação muito grande ser, de verdade, um vigilante rodoviário”, conta.

Em novembro do mesmo ano da estréia da série, o Grupo Especial de Polícia Rodoviária passou a ser parte da Força Pública (a PM da época), mudando de nome para Corpo de Policiamento Rodoviário e, em dezembro de 1973, Batalhão de Policiamento Rodoviário.

 

TOR

Em setembro de 1987, o então governador Orestes Quércia autorizou a criação do Táctico Ostensivo Rodoviário (TOR), uma unidade dentro do Policiamento Rodoviário, com objetivo de combater crimes como roubo de veículos, tráfico e contrabando, além da captura de procurados.

Do final da década de 80 até os dias de hoje, o TOR evoluiu de forma significativa. “Antes tínhamos que ligar para Capital para realizar uma consulta. Hoje podemos ver se uma pessoa tem passagem apenas consultando o RG em um tablet”, afirma o sargento Paulo César Lopes Furtado, que desde 1989 está no TOR e hoje integra a equipe do 2º Batalhão de Polícia Rodoviária (BPRv).

O TOR atua como Força Tática nas rodovias e conta com diversos armamentos e equipamentos sofisticados, desde câmeras de monitoramento especiais, até máquinas que funcionam como raio-x, possibilitando encontrar drogas e armas escondidas, sem precisar retirar os objetos do veículo.

A equipe não atua apenas no combate ostensivo. Ocorrências que variam desde tentativas de suicídio, até socorro de vítimas já foram atendidas pelo TOR. “Lembro de um caso, próximo à base em Santa Cruz do Rio Pardo, quando uma gestante iria dar a luz. Fomos chamados e, o mais rápido possível, conseguimos levar a mulher ao hospital da cidade. Tudo durou apenas alguns minutos”, conta o sargento.

 

Mulheres no patrulhamento

No aniversário de 50 anos, foi permitida a entrada de mulheres na corporação, para atuar em diversos setores do policiamento rodoviário.

A turma inicial, de 40 policiais femininas, foi totalmente aceita, apesar de causarem surpresa no começo das ocorrências.

“Lembro de um dos primeiros patrulhamentos que fiz. Quando fui abordar o motorista, ele disse ‘boa noite, seu policial’, mas se assustou e pediu desculpas quando viu que eu era mulher. Oras, sou mulher e sou policial, ele não errou nisso”, conta a soldado Gilmara Carvalho Rodrigues, uma das pioneiras no policiamento rodoviário.

Gilmara completa que sempre foi muito respeitada na Polícia Rodoviária Militar e pela população. “Apesar de um susto ou outro, nunca sofri preconceito por ser mulher, sempre me respeitaram como autoridade”.

 

Evento

Para festejar o dia, que coincide com os aniversários do 1º (São Bernardo do Campo) e do 4º (Jundiaí) Batalhões de Polícia Militar Rodoviários, foi realizada uma cerimônia no auditório do Sindicato das Empresas de Transporte de Cargas do Estado de São Paulo, na Vila Maria, zona norte da Capital.

Durante o evento, que contou com a participação do coronel Benedito Roberto Meira, comandante geral da PM, e do comandante do Policiamento Rodoviário, coronel Hélio Verza Filho, houve a entrega da Medalha do Cinquentenário – honraria especial feita como homenagem a autoridades civis ou militares, que ajudaram no trabalho do patrulhamento das rodovias.

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