Polícia Civil investiga suposto sequestro, cárcere privado e estupro ocorrido em São Carlos
Vítima de 21 anos, alegou ter sido raptada pelo ex-companheiro de 25 anos, que a manteve em uma residência abandonada durante três dias, amarrada e mantendo pelo menos três vezes ao dia relações sexuais
Um caso meio inusitado deverá ser investigado pela Polícia
Civil de São Carlos (SP), após o registro de um Boletim de Ocorrência, no
decorrer do último sábado (28), junto ao Plantão Policial da Delegacia
Seccional de São Carlos (SP).
Via 190, uma solicitação foi realizada junto à Polícia Militar e mobilizou uma
equipe de PMs até o bairro Santa Felícia, onde em tal localidade do município,
na chegada da equipe, os policiais militares se depararam com a solicitante na
companhia da suposta vítima, uma jovem de 21 anos, na qual relatou que teria a
momentos anteriores conseguido fugir de um imóvel abandonado, onde estaria
sendo mantida em cárcere privado a aproximadamente três dias pelo
ex-companheiro de 25 anos e também o irmão do acusado, um adolescente de 14
anos.
Na ocasião, a mulher informou que estaria a três dias antes ao fato nas
dependências do Terminal Rodoviário de São Carlos (SP), quando o seu
ex-companheiro, que não aceita o término do relacionamento entre as partes, na
companhia do irmão menor de idade de 14 anos, se aproximaram da mesma e armados
de faca fizeram com que a jovem embarcasse em um automóvel.
Naquele momento passaram a percorrer por diversas vias do município, indo até
uma residência abandonada, às margens da linha férrea no bairro Jardim
Paulista, onde ao ingressarem para o interior de tal moradia desabitada, os
acusados amarraram a mulher em uma cadeira e em ato continuo a amordaçaram,
permanecendo naquele local por três dias, segundo os relatos da vítima.
Em todo o período no qual ficou na residência em estado de abandono, a jovem
afirmou que foi obrigada a manter relações sexuais pelo menos três vezes por
dia com o ex-companheiro, que é também pai de seus três filhos, cujo ato, era
realizado na frente do adolescente que o acompanhou em todo momento.
No terceiro dia ao despertar, a mulher sentiu que a corda na qual era utilizada
para lhe amarrar estava frouxa, e ao notar que estaria sozinha conseguiu se
evadir da moradia, pedindo ajuda pela via pública, onde foi acolhida por uma
mulher, que lhe forneceu peças de roupas para trocar as que vestia e estariam
sujas. Em ato continuo após a troca das vestimentas, a vítima foi até um posto
de combustíveis onde utilizou o banheiro do estabelecimento para suas
necessidades pessoais, pedindo ajuda a outra pessoa, relatando todo o fato, e
pedindo para que levasse a mesma até o bairro Santa Felícia, na residência de
uma amiga, onde ao receber a ajuda e chegar no local e não encontrar a
conhecida, foi acolhida por uma vizinha, que foi quem fez o acionamento do
policiamento em auxílio da jovem.
Com base nas informações a mulher foi levada até o Plantão da Polícia Civil de
São Carlos (SP), onde o caso foi apresentado nos mínimos detalhes ao delegado
plantonista, que na ocasião elaborou Boletim de Ocorrência e posteriormente
encaminhou a mulher até o Serviço Médico de Urgência (SMU) da Santa Casa de São
Carlos (SP), para exames necessários a fim de constatar se ocorreram ou não as
agressões relatadas, uma vez que a mulher não possuía marcas ou indícios reais
para a comprovação do fato.
Na unidade policial ainda, a mulher afirmou que possuía uma medida protetiva
instaurada em desfavor ao ex-companheiro, porém a mesma foi revogada no mês de
fevereiro, afirmando que o acusado é usuário de entorpecentes.
O Policiamento Judiciário realizará uma investigação para a comprovação do que
realmente aconteceu referente ao fato registrado.