Quadrilha especializada em revenda de veículos locados é alvo da DIG de São Carlos
Entre os acusados, segundo investigação da Polícia Civil, estão dois homens e duas mulheres
Uma quadrilha, integrada por dois homens e duas mulheres, especializada em revenda de veículos locados, foi alvo da DIG (Delegacia de Investigações Gerais) de São Carlos (SP), e todos os membros foram identificados por policiais civis, durante um trabalho intenso de investigação, realizado depois de uma das vítimas procurar pela especializada de polícia para o registro de um Boletim de Ocorrência no ano de 2020.
Segundo relatou em entrevista o delegado de polícia titular da especializada, Gilberto de Aquino, os integrantes deste bando de criminosos, utilizavam de nomes falsos e até mesmo de pessoas já falecidas, para falsificar documentos e realizarem a locação e a transferência de veículos locados que eram por estes posteriormente negociados e vendidos a terceiros, por um valor abaixo de mercado, o que despertava o interesse de compradores, que eram informados que o motivo da venda seria devido a dificuldades financeiras.
De acordo com o que destacou a autoridade de polícia, toda a apuração feita sobre a quadrilha, se deu após um são-carlense ter sido alvo dos criminosos, e procurar pela especializada de polícia para registrar um Boletim de Ocorrência sobre um crime de estelionato no qual havia sido vítima. Em seus relatos, o são-carlense afirmou que o contato com o bando se deu através de um casal, após deixar o interior de uma loja de revenda de veículos, onde estaria analisando os automóveis que ali estavam com o intuito de compra, onde em frente do comércio, a vítima foi abordada pelo casal de acusados, que de pronto questionou o mesmo se a intensão dele seria a compra de algum automóvel, e disse possuir um veículo semelhante ao que era analisado pelo são-carlense, no qual estariam vendendo abaixo do valor de comércio, devido a problemas financeiros.
Ao verificar o veículo oferecido pelos acusados, que tem valor de comércio real em torno de R$ 58 à 60 mil reais, o casal ofertou o automóvel por R$ 53 mil, onde perderiam R$ 5 mil na negociação, desde que a venda fosse feita daquele instante e mediante ao pagamento a vista.
Interessado na compra, a vítima foi com os acusados até um mecânico para analisar as condições do automóvel, e ao fechar negócio se deslocaram até uma empresa de vistoria cautelar para dar entrada nos procedimentos de transferências do veículo, onde ao analisar que tudo estaria em ordem com o carro, foi feito um acordo entre as partes de se encontrarem no dia seguinte junto à um Cartório de Registros da cidade, para então preencherem o recibo de compra e venda, reconhecerem firma sobre o ato, e então ser concretizado o pagamento pela aquisição por parte do são-carlense.
Na data combinada, segundo destacou o delegado de polícia, o acusado que utilizava de identificações e documentações falsificadas, foi com a vítima até o Cartório de Registros e abriu um cartão para o reconhecimento de firma com aqueles falsos dados que apresentava, e seriam os que estariam na documentação do veículo, onde ao serem feitos todos os trâmites necessários, o são-carlense realizou uma transação bancária por TED e efetuou parte do pagamento pelo automóvel, sendo R$ 3.500,00 entregues em espécie aos golpistas. Depois de todos os procedimentos de transferência ser feito e o veículo estar em nome da vítima, cerca de dois ou três meses após a compra, o são-carlense foi realizar o licenciamento anual do automóvel, e constou que a documentação estava com um bloqueio de apropriação indébita, realizado por uma empresa de locação de veículos da cidade de São Paulo (SP), onde ao ser verificado o ocorrido, foi constatado que o automóvel teria sido a 2 meses e meio antes do fato locado por um indivíduo e então não foi devolvido ao real proprietário, que seria a empresa.
Em um levantamento de dados feito pela especializada de polícia, após o registro da ocorrência por parte da vítima, foi verificado que aquele automóvel havia sido locado a um homem, que seria o golpista, posterior para uma mulher, que seria a sua companheira no crime, nas cidades de Santa Rita do Passa Quatro (SP) e também Campinas (SP), onde em um rastreio das locações feitas pelos acusados, foram levantados oito veículos alvos da quadrilha, que na primeira semana de locação são transferidos a integrantes do bando de criminosos, que utilizam de nomes de pessoas falecidas ou mesmo pessoas que perderam seus documentos para tal procedimento e depois revendem à terceiros.
Segundo Gilberto de Aquino, um despachante na cidade de Santa Rita do Passa Quatro (SP) pode estar envolvido nos golpes e também será investigado pela possível atuação em conjunto com a quadrilha que já foi totalmente identificada.
Todos os trabalhos investigativos contaram com o auxílio na apuração, do Centro de Inteligência da Delegacia Seccional da Polícia Civil de São Carlos (SP).