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Autoridades reforçam não ao pedágio entre São Carlos e Araraquara

Diretor-geral da Artesp, Milton Roberto Persoli, afirmou que projeto de concessão do Lote Noroeste não está fechado

12/11/2021 06h39 - Atualizado há 2 anos Publicado por: Redação
Autoridades reforçam não ao pedágio entre São Carlos e Araraquara Fotos: Hever Costa Lima

Reportagem: Hever Costa Lima


A Audiência Pública para discutir a possível implantação de um novo pedágio no km 255 da Rodovia Washington Luís (SP-310), entre São Carlos e Araraquara ocorreu na tarde desta quinta-feira, 11, promovida pelo presidente da Câmara, Roselei Françoso (MDB). “O governo do Estado está fazendo uma atividade preliminar de apresentar e discutir a nova concessão. Nós estamos nos posicionando contrário à implantação de mais uma praça de pedágio e queremos ser ouvidos pelo governo. Há uma esperança, se a população está dizendo não, esperamos que o governador respeite a posição das pessoas da região”, disse Roselei.

O diretor-geral da Artesp (Agência Reguladora de Serviços Públicos Delegados de Transporte do Estado de São Paulo), Milton Roberto Persoli, afirmou que há outras alternativas, que não a implantação de uma nova praça para que a concessão da estrada se torne viável, para readequar o investimento nas obras de infraestrutura do trecho. “O pedágio é o ponto de equilíbrio versus o investimento. Se não for possível a implantação de uma nova praça, o governo terá de repensar o investimento ou outra forma de executar a obra”.

Segundo a Artesp, o estudo inicial propôs mais um pedágio e o valor será dividido com a praça já existente após Araraquara que atualmente é de R$ 18. “Cada uma das praças passará a cobrar R$ 9. Para que exista um balanceamento do valor desse pedágio”.

Roselei contestou: “Para que instalar uma praça de pedágio se o custo para a manutenção já está distribuído com as praças já existentes neste trecho da rodovia? Não vejo sentido. Me parece desconexo esse pensamento”.

Para o motorista, ida e volta entre São Carlos e São José do Rio Preto, o custo de pedágio é de R$ 98. Persoli afirmou que o valor pode parecer alto, contudo, deve-se considerar o benefício que se tem segurança, com baixo índice de acidente, com atendimento médico, socorro mecânico e dispositivos de primeira linha. “Quando se fala em concessão, muitas vezes se foca em valor de pedágio. Porém há um retorno com benefícios ao usuário do serviço”.

O vice-prefeito Edson Ferraz (MDB) afirmou que a cidade precisa de investimento a curto prazo para a melhoria dos trechos que circundam a SP 310. “Eu venho dizer não à implantação do pedágio. E ainda, buscar pelos investimentos urgentes, que a cidade precisa receber do governo do Estado”.

A Prefeitura solicitou a Artesp que as obras de infraestrutura com a nova concessão iniciem por São Carlos. Ao ser questionado sobre este assunto, o diretor-geral do órgão afirmou que é legítimo e viável que os trabalhos comecem pela região.

NA LUTA – Roselei pretende reunir uma caravana para participar do evento Conexidades – Encontro Nacional de Parceiros Públicos e Privados, em 23 de novembro, o qual terá a presença do governador, para levar o protesto contra o novo pedágio. Outra ação pensada é ir ao encontro do vice-governador, Rodrigo Garcia, nesta sexta-feira, 12, em Brotas, na palestra do Fomenta 2021 da Associação de Municípios de Pequeno Porte do Estado.

Reselei, como vereador, tem liderado o movimento de contestação com a mobilização entidades de classe, lideranças políticas e a sociedade para evitar a nova praça de pedágio na região.

O secretário de Transporte e Trânsito, Paulo Sérgio Luciano, que representou o prefeito Airton Garcia (PSL) apresentou à Artesp, as reivindicações e um protesto contra uma praça de pedágio no km 255. “Reiteramos ao diretor-geral da Artesp todas essas reivindicações de melhoria no trecho da SP 310 que passa por São Carlos e deixamos claro que a Prefeitura é contra mais uma praça de pedágio na região”.

Nas reivindicações para investimento a Prefeitura indicou: a readequação do trevo do bairro São Carlos 8, a implantação de vias marginais na área urbana com ciclovia e iluminação e a implantação de terceira faixa em pontos de aclive entre outros itens de infraestrutura

PROJETO – De acordo com a Artesp, as audiências públicas buscam tratar sobre a concessão do Lote Noroeste, trecho de 1.022 km de extensão que engloba 49 municípios paulistas, incluindo São Carlos, Araraquara e Ibaté. A projeção do estado é investir R$11,9 bilhões para o período de 30 anos.

Para a região de São Carlos, está previsto o investimento de R$ 3,5 bilhões com 68 km de duplicação, 51 km de terceira faixa, marginal, além de melhorias na recuperação do pavimento, implantação de passarelas e ciclovias. “O objetivo da realização de audiência pública é assegurar a transparência da atividade administrativa, colher contribuições e esclarecer as linhas gerais do modelo proposto para o Programa de Concessões Rodoviárias do Estado de São Paulo. O resultado da análise será publicado no site”, disse Persoli.

“A implantação da praça de pedágio ainda não está definida. Estamos na fase de estudos, ouvindo as autoridades e a população. O que apresentamos aqui foi uma possibilidade de implantação”, disse.

Sobrecarga

“A distância entre as praças de pedágio é uma afronta à sociedade”, diz produtor rural  

O produtor rural Delcides Biancone que atua com uma cooperativa de produtos de hortifrúti na região, afirmou que os agricultores não estão conseguindo vender para pagar o combustível, ao incluir mais um pedágio o negócio tornará inviável. “A distância entre as praças de pedágio é uma afronta à sociedade. O governo do Estado está desrespeitando o nosso povo, e não ajudando”.

Segundo ele, o segmento de hortifrúti trabalha no vermelho. “Além do clima desfavorável que afetou as plantações este ano, contamos com o aumento ininterrupto do combustível e o preço elevado de manutenção dos equipamentos”.

Biancone afirmou que espera o que o governo prometeu há anos que foi diminuir as praças de pedágio, porém estão fazendo o contrário. “É muito dinheiro que entra no pedágio e somos nós, povo, que pagamos”.

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