Cidadãos fazem questão de exercer direito de voto
Estabelecida pelo artigo 14 da Constituição Federal, a obrigatoriedade do voto literalmente divide opiniões. Segundo pesquisa Datafolha, lançada no início do ano, 48% das pessoas entrevistadas eram a favor e 48% contrárias à obrigatoriedade. Além dos analfabetos, os jovens com idade entre 16 e 18 anos, e os idosos com mais de 70, também não são obrigados a votar.
Ainda que não obrigados, muitos que se encaixam nessas características fazem questão de exercer esse direito. Maria Terezinha Possa Mathias, 81, é uma dessas pessoas: “Eu nunca deixei de votar. Desde que me tornei eleitora, sempre votei”, afirmou, dizendo ainda: “É necessário. O Brasil é um país democrático, a gente tem esse direito, a gente tem poder de votar, por isso que é importante”, enfatiza, defendendo ainda o direito de voto: “Quando termino de votar, fico feliz, e se tivesse que dizer algo para quem reclama de votar, eu diria que é um erro muito grande. A gente tem que, primeiro, amar o Brasil, depois o nosso Estado, que é um dos mais importantes do país, e São Carlos. E é uma satisfação pessoal, é uma alegria a gente poder escolher. Existem tantos países em que as pessoas não podem escolher, que vivem na opressão. Votar é um privilégio que temos”, diz.
Gabriel Zafalão Baptistella, 16, estudante em São Carlos, e morador em Ibaté, também não deixou de exercer o seu direito: “Eu simplesmente tirei o título de eleitor, em abril, sem pretensão, não tinha nada em mente. Mas eu gosto de acompanhar. E está tendo muita briga lá, daí eu resolvi votar por conta da situação. Acho importante porque se você mora em uma cidade, é aquele negócio: se você não vota, você não pode reclamar. A única coisa que faz você ter alguma voz na cidade é o seu representante”,afirma Gabriel.
Edward Procópio da Cunha Junior, 16, diz: “Eu tirei o título em abril também, mas eu já queria votar desde o início. Tem uma frase de um professor nosso que eu gosto muito, que diz que o voto é o meio mais inteligente de se controlar a sociedade, pois você joga para as pessoas da sociedade a responsabilidade dos problemas que ela tem. E, além disso, o voto é o que a gente pode fazer para melhorar o nosso país, além do protesto, que é usado, mas deveria ser mais usado no Brasil. Como pouca gente tem consciência do que está acontecendo, então é mais viável que você exerça sua opinião pelo voto”.
SOBRE A CAMPANHA
Dona Terezinha disse ter acompanhado o horário eleitoral e que São Carlos merece um bom prefeito: “Espero que com o próximo prefeito nós melhoremos. Temos que melhorar sempre, porque São Carlos é uma cidade muito nobre, escolhida por Deus; o povo é muito bom, é um povo culto”, afirmou.
Gabriel e Edward são estudantes do Colégio Cecília Meireles, que organizou uma visita de candidatos à escola. E apesar de não votar em São Carlos, Gabriel disse: “As propostas que foram colocadas são, na maioria, utópicas, ou então descrevem projetos enormes, mas de onde viria o dinheiro ninguém consegue responder. Então os projetos deles não foi o que me chamou a atenção; o que me chamou a atenção foi o debate aberto realizado depois, pois foi dada oportunidade aos alunos de fazerem perguntas para eles. O interessante foi isso, pois muitos dos candidatos que vieram simplesmente desviavam do assunto e os que conseguiam responder foram bem realistas. Diziam: ‘Isso dá, isso não dá para fazer’”.
Já Edward afirmou: “Alguns candidatos foram bem engraçados. Acredito que surrealistas, porque fizeram algumas propostas absurdas, um tanto quanto exageradas e muita gente falou voltada pra juventude. Eles queriam atrair o nosso voto de qualquer forma, então foi usado o artifício do tablet que seria doado para as escolas e também falavam de investir na juventude, sempre falavam de investir no esporte. Em contrapartida, alguns candidatos se preocuparam em falar as propostas deles de fato, mas acredito que tenha sido a minoria”.
