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Cotrim afirma que matemática favorece Airton

Para o experiente político executivo público, a divisão da oposição em 11 partes ajuda o candidato governista a buscar a sua reeleição

24/09/2020 13h14 - Atualizado há 4 anos Publicado por: Redação
Cotrim afirma que matemática favorece Airton Foto: Arquivo Jornal Primeira Página

Da colagem de cartazes às campanhas através das redes sociais, Eduardo Antônio Teixeira Cotrim, ou simplesmente Cotrim, participou de dezenas de campanhas eleitorais. Na década de 1980 do Século XX, ele trabalhou no Governo do Estado de São Paulo como diretor do Escritório Regional e Coordenador do Interior, na Secretaria de Planejamento. Foi também secretário Administrativo da Câmara Municipal, secretário de Habitação, secretario da Agricultura e Meio Ambiente e presidente do SAAE (Serviço Autônomo de Água e Esgoto). Eduardo Cotrim também foi também por vários mandatos o presidente da Liga São-carlense de Futebol.

As gestões de Cotrim no SAAE foram marcadas pelo grande investimento em Tecnologia e o aumento do tratamento de esgoto na cidade. Sob o comando de seu presidente, Eduardo Cotrim, o Serviço Autônomo de Água e Esgoto (SAAE) implantou a maior obra de saneamento básico da história de São Carlos: Estação de Tratamento de Esgoto (ETE) Monjolinho, inaugurada em 2008.

Com toda esta experiência, Cotrim, que começou a carreira política durante o curso de Engenharia na USP nos tempos da Ditadura Militar. Ele foi um dos líderes do movimento “Pula Roleta”, quando os universitários se rebelaram contra o transporte coletivo do município e passaram a usar os serviços sem pagar, simplesmente saltando a roleta que controlava o pagamento do serviço.

Para Cotrim, o número recorde de candidatos a prefeito (12 no total) é resultado das mudanças na legislação eleitoral. A nova lei, que proibiu as coligações nas eleições para vereadores, obrigou os partidos a se organizarem melhor e a reunir mais gente para concorrer às cadeiras da Câmara Municipal. “Isso também ocorre devido à existência do chamado Fundo Partidário. Um partido não pode investir em um candidato a vice-prefeito, pois ajudaria a outro partido. Assim, cada partido acha melhor lançar seu próprio candidato, imaginando que vão receber um caminhão de dinheiro para a campanha, o que raramente acontece”, alerta ele. Segundo ele, no meio disso tudo ainda existem os diretórios estaduais pressionando os militantes para que a chapa seja completa e que a sigla tenha o seu candidato a prefeito.

CICLOS POLÍTICOS – Cotrim também comunga da ideia de fim de uma geração política e início de outra. Ele afirma que a atual geração tem em Airton Garcia o “último dos moicanos”. “Esta geração surgiu por volta de 1982, resultado do avanço do MDB e da oposição ao mesmo tempo em que a Arena se enfraquecia. Assim, terminava a geração de Antônio Massei, José Bento Carlos do Amaral e Mário Maffei e nascia a atual. Não por acaso, em 1982, quem surpreende e vende a disputa eleitoral é o então jovem engenheiro civil formado pela USP, João Otávio Dagnone de Melo, iniciando este ciclo. Se Airton vencer em novembro esta geração prorroga seu prazo de validade até 2024. Caso contrário termina este ano. Por outro lado a nova geração é composta por lideranças que têm, em média, 40 anos ou próximo disso, um pouco mais ou um pouco menos, como Neto Donatto, Marina Melo, Chico Loco, Sérgio Ferrão, Júlio César, Leandro Guerreiro e vários outros”, ressalta ele.

DOZE CANDIDATOS – A matemática favorece Airton Garcia, analisa Cotrim. Ele afirma que com 12 candidatos, um prefeito cascudo e que já tem estrada na política e um eleitorado solidificado poderá ser reeleito devido à divisão daqueles que lhes fazem oposição. “As pesquisas que temos visto mostra que a avaliação do governo é boa. Se isso se mantiver, o grande número de candidatos pode ajudar e muito na reeleição do Airton. Mas isso não quer dizer que um dos candidatos da oposição não possa polarizar com Airton e mudar o rumo da disputa”, comenta ele.

GOVERNO AIRTON – Cotrim afirma que Airton pegou a cidade mergulhada no caos em 2017. “Ele assumiu com restos a pagar no valor de R$ 110 milhões, dezenas de obras paradas e a crise dos médicos pela questão do pagamento por RPAs (Recibo de Pagamento a Autônomos). Ele (Airton) pagou muita dívida se conseguiu a certidão negativa de débitos, retomando a capacidade do município de firmar convênios e de receber recursos dos governos estadual e federal”.

CAMPANHAS – Em 70 anos muita coisa mudou nas campanhas eleitorais. Em 1950, Ernesto Pereira Lopes, sorteava, em seus comícios, geladeiras fabricadas na IPL, sua indústria. Hoje, em 2020, a doação de uma caneta com o nome do candidato pode configurar como crime eleitoral. “Ao longo do tempo, a Justiça Eleitoral foi amordaçando os candidatos, reduzindo a influência do poder econômico no processo político”, destaca Cotrim.

OMISSÃO OU PREVENÇÃO – Indagado sobre a omissão de lideranças do mundo empresarial e mesmo do mundo científico-tecnológico nas eleições municipais, Cotrim afirma que atualmente a política está num clima bastante acirrado com fanáticos extremados, o que assusta pessoas que poderia estar na política. “Antes o cara era política e era o Dr. Carlos, Dr. Eduardo, Dr. João e por aí afora. Era respeitado, tinha prestígio, era reverenciado e adorado. Hoje o sujeito coloca a cabeça para  como candidato e já é tratado como Geni, leva bordoada de tudo o que lado, é chamado de ladrão, bandido, gatuno, safado e vários adjetivos indecorosos.  Basta alguém se lançar candidato e vão vascular toda sua vida em busca da menor falha que seja. Este clima de guerra não incentiva ninguém a ser candidato e acaba afastando muitos excelentes quadros que não têm estômago para este mundo da política”, lamenta ele.

DESAFIOS – Segundo Cotrim, dois dos grandes desafios para o próximo prefeito serão a saúde e também o abastecimento regular de água. “A saúde é sempre um grande problema. Num momento de crise as pessoas deixam de pagar o plano de saúde e vão para o SUS (Serviço Único de Saúde). Por outro lado temos tido muita falta d’água. O SAAE precisa realizar algumas obras e novos investimentos para reduzir a perda de água tratada, que hoje atinge 50% de toda a água obtida no lençol freático e também vinda do Ribeirão Feijão”. Com relação à privatização, ele afirma que talvez a melhor saída seja a transformação da autarquia numa empresa economia mista, como é hoje a Petrobras e também a SABESP. Assim o SAAE poderia vender ações na bolsa de valores e continuaria tendo o município como acionista  majoritário. O aporte de capital  que a “empresa” receberia geraria, segundo Cotrim, poderia garantir os recursos para as obras necessárias para dinamizar o SAAE e garantir ampliação de serviços de qualidade para as próximas décadas.

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