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CPI da Saúde requer números de pessoas vacinadas que morreram da Covid-19

Documento com solicitação de dados foi protocolado pelo vereador Elton Carvalho na Prefeitura de São Carlos (SP)

30/07/2021 12h17 - Atualizado há 3 anos Publicado por: Redação
CPI da Saúde requer números de pessoas vacinadas que morreram da Covid-19 Foto: Divulgação
Matéria: Hever Costa Lima

O vereador Elton Carvalho (Republicano, relator da CPI da Saúde, na Câmara Municipal de São Carlos) entrou nesta quinta-feira, 29, com um protocolo na Vigilância em Saúde de São Carlos, órgão ligado à Secretaria Municipal de Saúde, para solicitar o número de pessoas que morreram em decorrência das complicações causadas pela infecção do novo coronavírus, mas que tenham sido vacinadas com uma ou duas doses da vacina da Covid-19.

O boletim da Vigilância Epidemiológica de São Carlos nesta quarta-feira, 28, relatou duas mortes pela Covid-19 no município de dois homens de 80 anos e 79 anos que já haviam recebido as duas doses da vacina. A reportagem do Primeira Página identificou outras 12 mortes de pessoas com mais de 70 anos em julho, com base no boletim da Prefeitura. Hipoteticamente, essa faixa etária já foi vacinada com as duas doses e já cumpriu a janela de imunização com mais de 14 dias da segunda dose.

Segundo o médico e professor especialista em Epidemiologia e coordenador do Comitê de Controle do Coronavírus da UFSCar (Universidade Federal de São Carlos – SP), Bernardino Alves Souto, a vacina não evita a transmissão da doença, especialmente as variantes mais novas, ainda que evite o risco de desenvolver doença grave e morte. Porém, esta proteção contra a forma grave da doença e morte é boa, mas, não atinge 100%.

“Portanto, algumas pessoas podem morrer, mesmo vacinadas, mas, isso será em minoria. Se não vacinar, o risco de morrer é maior. Também é importante tomar duas doses da vacina porque só uma dose protege menos”.

Pessoas com doenças pré-existentes e que apresentam comorbidades são mais suscetíveis à forma mais grave da Covid-19. Segundo Bernardino, diabetes, hipertensão e obesidade são as comorbidades clássicas da população brasileira que atingem um maior número de pessoas e consequentemente geram mais risco do agravamento da doença.

“Pessoas com comorbidades crônicas importantes e de idade mais avançada, a eficácia da vacina é menor do que em jovens saudáveis. Vacinados ou não, sempre os idosos e os portadores de comorbidade terão maior risco individual de morte”.

Ele considera que a proporção de idosos entre os mortos pela Covid-19 na população geral está diminuindo. Isso já vem acontecendo nos últimos meses e em parte há contribuição da vacina, mas, o fator de exposição ao vírus tem grande influência nesse desfecho populacional.

“Nos meses recentes, os jovens passaram a se expor mais do que os idosos porque os idosos aprenderam a ficar em isolamento e os jovens tiveram que sair para trabalhar ou andaram fazendo festas e aglomerações”, observa.

VARIANTES – O professor considera que se o vírus transmitir muito, aumenta a chance de pessoas morrerem com a criação de novas variantes e que podem se tornar resistentes à vacina e provocar a forma mais grave da doença. O excesso de contágio influencia diretamente no aumento de pessoas hospitalizadas e um colapso do sistema público e privado de saúde.

A cartilha já conhecida da população nos 16 meses de pandemia não traz nenhuma novidade. “Temos que evitar a transmissão do vírus por meio do uso de máscara, distanciamento físico e restrição da circulação das pessoas no mesmo ambiente”.

Bernardino resume o raciocínio a ser seguido como orientação básica para os hábitos durante uma pandemia de um vírus que se propaga no ar e afeta preferencialmente o sistema respiratório. “Máscara e distanciamento físico evitam pegar o vírus enquanto que a vacina evita a morte de quem pegar o vírus”.

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